quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pecado original

EDIÇÃO 79 > HISTÓRIA DA BÍBLIA
“Somos pecadores por natureza”

Luiz Sayão

A expressão “em pecado me concebeu minha mãe” (ARC) vem do Salmo 51.5. Traduzido de modo mais claro pela NVI, nele lemos: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe”. Aqui encontramos uma das doutrinas mais importantes da fé cristã. De fato, só o cristianismo ensina a doutrina do pecado original. Nascemos com “defeito de fábrica”. Somos pecadores por natureza. Isso significa que não nos tornamos perversos e maus por falta de educação e conhecimento.

Também não é verdade que a maldade tem origem na sociedade, na televisão e na influência perniciosa do cinema ou da internet. O fato é que nossa maldade brota de nós mesmos. O mal que contamina, como disse Jesus, vem do coração humano (Marcos 7.20,23). Para piorar nossa situação, a descrição bíblica ainda vai dizer que somos totalmente corrompidos. Nada se salva! Ao descrever a triste realidade da pecabilidade humana, Paulo escreve em Romanos 3.11,12: “Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”.

O pecado original foi muito bem descrito por Calvino. O teólogo francês o descreveu como a “depravação total da raça humana”. Desde que nossos pais pecaram no Éden, Adão e Eva transmitem a seus descendentes uma natureza pecaminosa permanentemente inclinada para o mal. É o resultado da queda. Quando lemos o Novo Testamento, descobrimos que essa natureza pecaminosa, chamada de carne por Paulo, permanece atuando na vida do cristão. A conhecida luta contra a carne é descrita de modo vívido por Paulo em Romanos 7. Mesmo o mais consagrado cristão não terá descanso nessa batalha, enquanto não chegar a plena redenção.

Apesar das inequívocas referências à natureza pecaminosa humana, muitas pessoas ficam confusas e até ressabiadas com as afirmações teológicas sobre o tema. Como se pode dizer que temos uma natureza totalmente depravada? Não somos capazes de boas ações? Quantos atos de solidariedade e bondade são feitos no mundo, inclusive por pessoas não-religiosas? Onde está a depravação humana no sorriso de uma criança?

É preciso deixar bem claro que nós, seres humanos, somos capazes de atos de bondade e de feitos agradáveis a Deus (como era o caso de Cornélio antes da conversão – Atos 10.4). O fato de sermos criados à imagem de Deus garante tais procedimentos justos e bons. É preciso ressaltar que a imagem de Deus permanece no ser humano, mesmo depois da queda (Tiago 3.9). O pecado atingiu a imagem de Deus no homem, mas não a destruiu. Diante disso, onde está a “depravação total”?

A realidade de nossa pecabilidade plena se mostra pela nossa incapacidade de fazermos qualquer obra livre de contaminação do pecado. Todas as nossas obras estão maculadas. O vetor condutor de nossas ações não é a glória de Deus, mas nosso próprio eu como centro de tudo. Assim, uma bela oração pode estar maculada por esnobismo. Uma pregação pode estar manchada por interesses pessoais. Um ato de caridade pode estar associado à vanglória. Além disso, nossa injustiça nos torna incapazes de redenção. Não podemos nos salvar e nada merecemos. Nossa melhor produção é “trapos de imundícia”, nas palavras de Isaías 64.6.

A importância de darmos atenção a uma questão teológica e doutrinária como essa está no fato de que há um clamor e uma crítica geral sobre a situação frágil da Igreja brasileira em sua firmeza doutrinária. Se não entendermos a doutrina do pecado, que nos distancia de humanistas, seculares, muçulmanos e judeus, não poderemos ser cristãos teologicamente responsáveis.

É preciso ressaltar que para se compreender a salvação trazida por Cristo (em sua plenitude), faz-se necessário entender o que aconteceu conosco na queda. A dimensão da redenção só faz sentido se compreendermos o que ocorreu conosco a partir do Éden. A princípio a queda do homem parece um fato puramente teológico. O homem desobedeceu a Deus, perdeu sua condição inicial e precisa de salvação para retornar à condição primeira. Todavia, a dimensão teológica não é única na queda. No próprio texto de Gênesis 3 vamos encontrar as outras dimensões que nos revelam a origem dos nossos problemas. Ao ser questionado por Deus sobre seu pecado, Adão culpa sua mulher: “Foi a mulher que me deste por companheira” (Gênesis 3.12). É a queda sociológica, quando o homem passa a ter uma ruptura com o próximo. A ampliação desta ruptura se vê na história de Caim e Abel (Gênesis 4), quando vemos a narrativa do primeiro homicídio.

Além da queda teológica e sociológica, a queda também tem sua dimensão psicológica. O homem e a mulher agora estão cheios de vergonha e vão esconder-se de Deus (Gênesis 3.7,8). A ruptura do homem consigo mesmo é decorrente do seu pecado contra Deus. Aqui começam os nossos problemas psicológicos e emocionais.

A quarta dimensão da queda é ecológica. A ruptura com a criação também fica estabelecida no texto de Gênesis. O texto é forte: “...maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá de alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó, e ao pó voltará” (Gênesis 3.17,19). Aqui começa nosso dilema ecológico. A ruptura do homem com a criação, muito antes do “aquecimento global”.

Diante da realidade das dimensões da queda do homem, podemos abrir a mente para entender a gloriosa redenção que há em Cristo. Ele não só veio perdoar os nossos pecados e trazer a salvação da alma, mas também trazer uma redenção que deve mudar beneficamente a sociedade, produzir sabedoria que auxilie nossa fragilidade psicológica e levar a efeito a renovação cósmica futura plena de toda a criação, como vemos em Romanos e em Colossenses (Romanos 8.19,22; Colossenses 1.19,20).

Compreender a doutrina do pecado original é, portanto, fundamental. Esta doutrina, devidamente compreendida, nos ajudará a compreender a nós mesmos e a encararmos nossa terrível maldade e fragilidade. Quando isso acontece, nosso senso de realidade nos permite uma convivência mais adequada com o semelhante. Nossas leis, fundamentadas na realidade, serão mais apropriadas para lidar com a realidade. Além disso, entender corretamente a questão nos livrará de dilemas pessoais terríveis em nossa jornada de santificação cristã. Quem entende o que é o pecado e o que é a salvação saberá lidar com essa tensão e com a tentação! Finalmente, sem entender o que aconteceu conosco e o que a obra de Cristo fez, trazendo restauração, jamais poderemos ser suficientemente gratos pela nossa salvação. Por isso, nunca deixe de ter a Bíblia ao seu lado, e os livros teológicos à mão.

sábado, 3 de maio de 2008

> CARTA AOS PASTORES

Como distingui-la?
A voz de Deus
Russel Shedd

“Deus me falou”, uma frase repetida freqüentemente, deveria fornecer a última palavra sobre qualquer decisão ou assunto. Se Deus falou, está falado! A experiência confirma que não é bem assim. Ocorre muitas vezes que aqueles que afirmam que Deus falou para eles declaram depois que Ele falou outra coisa, contrária à direção anterior. A voz de Deus facilmente se confunde com a voz do ouvinte ou de um espírito qualquer. Essa é a razão pela qual João adverte contra simplesmente dar crédito a todo “espírito”. Ordena que os líderes examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, “porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4.1, NVI).

A.W. Tozer recomenda não encarar as Escrituras como alguma “coisa” que você pode torcer de acordo com a conveniência da hora. “A Bíblia é mais do que uma coisa; ela é uma voz, a verdadeira Palavra do Deus vivo.” Os evangélicos, quase sem exceção, concordariam.

Tão perigoso deve ser imaginar que se ouviu a voz de Deus, que cristãos sábios tomam cuidados para confirmar que o que foi ouvido tenha respaldo nas Sagradas Letras.

Outros mais tradicionais rejeitam qualquer voz viva hoje, preferindo confiar somente na Palavra escrita para receber orientação do Senhor. Cristãos carismáticos crêem firmemente em profecias e línguas que, uma vez entendidas pelo dom de interpretação, comunicam a voz de Deus, Muitos cristãos tradicionais ficam convencidos de terem recebido um chamado para ministério pastoral ou para servir no campo missionário. Mas, se indagarmos como receberam essa informação sobre o propósito de Deus para as suas vidas, respondem que o Senhor mesmo falou com eles. Por isso, é necessário distinguirmos entre o infalível e o falível, entre sugestões ou “vozes” na cabeça e a Palavra eterna de Deus.

A Bíblia é totalmente confiável. Foi inspirada por Deus e, portanto, é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Tm 3.16). Todos os evangélicos aceitam essa realidade. Problemas surgem quando se procura orientação sobre decisões entre caminhos igualmente endossados pelas Escrituras. qual seria a vontade de Deus relativa `a escolha para o casamento entre dois jovens, ambos cristãos comprometidos ou entre duas carreiras, ambas úteis para o serviço do Reino? É comum “ouvir a voz de Deus” que nos orienta na direção de nossos desejos pessoais. Será que Deus sempre escolhe para nós uma vida mais prazerosa, mais confortável e mais preospera?

Segundo o relato de Lucas em Atos, a orientação de Deus para seus servos Barnabé e Paulo de Tarso foi para que saíssem de Antioquia para a obra para a qual Deus os tinha chamado. Essa obra trouxe para Paulo muito trabalho, açoites, prisões, naufrágios, apedrejamento e, no fim, decapitação. Certamente, Deus não falou sempre de acordo com seus desejos pessoais.

Outra maneira pela qual se ppode confundir a “voz de Deus” e o desejo do preoprio coração ocorre na prática de ler um trecho histórico da Bíblia e concluir que, da mesma maneira que Deus agiu na antiguidade, agirá novamente. Como exemplo, pense no caso de Gideão. Colocou uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhasse apenas a lã, ele teria certeza de que Deus libertaria Israel. Se ocorresse o contrário, ele teria dupla certeza de que a libertação de Deus viria. Não podemos ter certeza de que, usando o mesmo método, Deus tambeem repetirá os milagres. Ele não tem nenhuma obrigação de nos dirigir tal como fez no passado.

George Muller, usado por Deus para cuidar de 9.500 órfãos, repassar milhões de libras para missões transculturais e publicar milhões de Bíblias e porções dela, também precisava ter certeza de que Deus estava dirigindo-o. Quando percebeu a necessidade de construir mais um prédio para abrigar os órfãos, orou buscando essa orientação durante seis meses. Se Deus estava garantindo o sucesso do empreendimento. Começaria a construção mesmo sem ter uma moeda no caixa.

Buscar a orientação de Deus é não somente positivo, mas imprescindível. Um grande perigo jaz nas decisões tomadas depois de se ouvir uma voz na cabeça ou sentir uma inclinação sem respaldo bíblico.


Prostituição

Um ministério que trabalha nesta área

Prostituição, entorpecentes e muito rock and roll. Nisso se resumia a vida do argentino Jorge Russo, antes de sua conversão. Músico profissional em Buenos Aires, conta que chegou ao Brasil por ocasião do Rock in Rio, em 1985. Desiludido, veio à procura de algo que pudesse satisfazer seus anseios. Mas não havia mais nada que preenchesse seu vazio existencial. Nem religião, nem sexo, nem drogas, nem mesmo sua maior paixão, a música.

E foi no lugar mais improvável, isto é, na arena do maior espetáculo de rock da América Latina, que Russo obteve satisfação plena, quando, de sobressalto, foi preenchido pelo amor de Deus. Infiltrada entre os milhares de roqueiros e simpatizantes que assistiam ao espetáculo, havia uma equipe de jovens missionários de Minas Gerais que viam no evento uma oportunidade de evangelização. “Eles eram um grupo de dez pessoas, tocavam violão e cantavam alegremente, apesar de serem um tanto desafinados”, lembra Russo. “Perguntaram se podiam orar por mim. Eu disse que sim. Imediatamente, todo o efeito das drogas e do álcool desapareceu.”
Naquele momento, Russo soube que sua busca havia chegado ao fim. Aqueles jovens literalmente lhe estenderam a mão e o ajudaram a sair do fundo do poço, acompanhando diariamente sua gradual libertação. Alguns dias depois, o grupo o convidou para viajar para Belo Horizonte (MG), e lá foi instruído na fé.
Em poucos anos, Russo decidiu colocar o lema do cristianismo puro e simples de C. S. Lewis em prática, “fazendo aos outros aquilo que gostaria que fizessem a ele”. Deixou o preconceito e os tabus da Igreja de lado, e passou a evangelizar em locais inusitados e em festas profanas onde a presença de cristãos era praticamente inexistente.
Em 1998, juntamente com alguns colaboradores, criou o Ministério Trio, um grupo musical do qual é líder e vocalista, e começou a realizar, semanalmente e em parceria com agências missionárias e igrejas locais – em especial a Igreja Caverna de Adulão –, cultos ao ar livre na zona de meretrício da capital mineira. O projeto cresce e obtém excelentes resultados.
Hoje, casado, pai de duas filhas e membro da Igreja Batista da Lagoinha (MG), depois de ter gravado três CDs – Vem (2001), Em Ti Confia Meu Coração (2003) e Totalmente Espontâneo (2005), todos disponíveis gratuitamente na internet –, Russo conversa com Enfoque sobre a nobreza do evangelismo aos excluídos sociais, mas também revela os preconceitos e o despreparo da Igreja para receber pessoas que vivem à margem da sociedade.
Jorge Russo, que se converteu em 1985 no Rock in Rio, fala sobre a nobreza do evangelismo aos excluídos sociais, mas revela os preconceitos e o despreparo da Igreja para receber pessoas que vivem à margem da sociedade
Como surgiu a idéia de evangelizar na zona de prostituição da capital mineira?JORGE RUSSO – Começou meio que por acaso numa época em que o alvará (a permissão para usar som em local público) estava sendo negado. Procuramos um lugar onde não precisasse dessa permissão. Aí, fomos para a zona de prostituição em Belo Horizonte. Quando vimos o resultado nessa primeira noite, entendemos que Deus estava naquele local e que ele queria que estivéssemos também. Temos participado ainda de evangelismo de carnaval, festas de cidades, em feriados prolongados, festivais, shows e, inclusive, temos ido aos terreiros de macumba nas reuniões nas praias de Niterói (RJ) e na Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte, nas datas de Iemanjá.Existem críticas por parte da Igreja com relação ao evangelismo de impacto? JORGE RUSSO – A Igreja ainda tem muitos tabus com respeito a esse tipo de trabalho. Não tem como não ser criticado. Mas não posso negar o meu chamado e nem posso me esquecer de onde fui resgatado pelo amor de Deus. O Rock in Rio era um antro de perdição, prostituição e vícios. Mas foi lá que Jesus me encontrou! Querendo ou não, você acaba incomodando os “acomodados”, que sempre têm uma palavra de crítica destrutiva. Mas hoje a situação já é um pouco diferente. A Igreja está entendendo aos poucos o verdadeiro chamado. Creio que é uma questão de tempo. Se meditarmos nas Escrituras, vamos descobrir que Jesus passava a maior parte do tempo no meio desse povo precioso. Comia e bebia com eles, os ouvia e depois os ensinava e os curava. E ele também era criticado por isso. Como é evangelizar pessoas tão feridas pelas circunstâncias da vida e como você se sente diante do número cada vez mais crescente da prostituição no Brasil? JORGE RUSSO – Evangelizar pessoas deprimidas, desesperadas, é bem mais fácil do que se pensa. São pessoas que esperam pela chance de um dia encontrar uma forma de sair do fundo do poço. Quando você chega com a mensagem da cruz, do Evangelho e do amor de Deus, elas praticamente se atiram. Os números das pesquisas são assustadores, mas a Igreja também tem crescido. Então, é uma questão de sair e executar o “Ide” do Senhor. Não é necessário abrir uma igreja em cada esquina, mas, como cristãos, precisamos cultivar a consciência de que o meu vizinho é de minha responsabilidade. Ele é o meu próximo. Se tivermos essa consciência, fica mais fácil. Nós somos a Igreja. Às vezes, nem precisamos falar muito. Se apenas nos dispusermos a ouvir essas pessoas e entendê-las, orar por e com elas, já basta.No quesito “evangelismo e acolhimento aos excluídos sociais”, onde a Igreja falha? JORGE RUSSO – A Igreja está viciada em sensações e cada um centrado em seu próprio bem-estar. Basta você ouvir as canções que cantamos para perceber isso. “Eu sei, eu posso, dá-me isso, dá-me aquilo, sou vencedor, sou feliz etc.” Os cristãos precisam parar de se achar tão especiais e começar a lembrar que Jesus pagou o mesmo preço pelas prostitutas, viciados, meninos de rua. Ninguém vale mais do que o outro. Estamos todos nivelados na cruz do Calvário. Existe a necessidade urgente de uma mudança na mentalidade da Igreja, no sentido de obedecer ao Senhor no que se entende por chamado e ministério.Existe lugar para os excluídos sociais dentro das igrejas, ou você ainda enxerga preconceito dentro da instituição? JORGE RUSSO – Hoje, se um mendigo chegar à porta da igreja, dificilmente será convidado a entrar. O preconceito é visível, embora disfarçado. Existe uma mentalidade segregadora. Se a pessoa não é como nós, a excluímos. Assim como Jesus fez, precisamos ir até eles também. Algo curioso: quando começamos a adorar ao Senhor na rua (seja Zona Sul, periferia ou baixo meretrício), a presença dele se manifesta muito mais palpável e muito mais rápido do que em qualquer congresso de adoração (temos ministrado em vários desses congressos). É uma experiência incrível. É como se o Senhor falasse: “Eu estou aqui, no meio deles”. O significado da palavra “igreja” (“ecclesia”) é “chamados para fora”. Acho que isso resume tudo.Em todo esse tempo de ministério, quais são os resultados do evangelismo aos excluídos? JORGE RUSSO – Por enquanto, os resultados são poucos, justamente por causa da falta de estrutura da instituição Igreja para acolher essas pessoas e tratar delas. Mas existem algumas casas de recuperação, ainda que poucas, que fazem esse trabalho com muito amor. Já podemos ver ex-prostitutas com lares estabelecidos (marido, filhos) e ex-mendigos que hoje, com a vida restaurada, são obreiros de igrejas.
Como ocorre o evangelismo?
JORGE RUSSO – Nosso carro-chefe é a música e a adoração. Então, chegamos ao local, montamos a aparelhagem e começamos a tocar e a adorar a Deus. A presença do Senhor faz a maior parte. O Espírito Santo é quem convence do pecado, da justiça e do juízo. O que fazemos é apenas adorar. Ele faz tudo. Enquanto adoramos, alguns saem com folhetos e abordam as pessoas que estão prestes a entrar ou sair dos prostíbulos. Batem papo, informalmente, ouvem o que eles têm a dizer e, aos poucos, vão introduzindo o Evangelho na conversa. O que você diria àqueles que desejam praticar o evangelismo de impacto, mas ainda estão receosos?JORGE RUSSO – Eu queria desafiá-los a experimentar aquilo que o próprio Senhor Jesus experimentou: andar no meio desse povo e se relacionar com ele. Ouvir as pessoas. Se você fizer isso com amor, vai ter experiências impressionantes no Senhor. Foi por eles que o Senhor morreu. A Igreja já é dele. Mas a paixão do Senhor continua sendo o perdido, como diz João 3.16: “Porque Deus amou tanto o mundo...” Ele continua amando o mundo, as pessoas. Ele é apaixonado pelo ser humano. Ele disse aos religiosos em Mateus 21.32: “As prostitutas e os publicanos estão entrando antes que vocês no reino dos céus”. Se você for evangelizar uma prostituta, vai descobrir que dentro dela existe um coração sensível e quebrantado. E vai sentir o amor de Deus fluindo através de você. Jesus era criticado, mas tinha prazer em andar no meio do povo rejeitado, discriminado, e assim os curava, os restaurava. Agora é a nossa vez, nós (a Igreja) somos o seguimento desse trabalho. O mundo espera por nós!
LANNA HOLDER ESTÁ DE VOLTAFamosa pregadora do Evangelho retoma seu ministério após escândalo de homossexualismo
DIANE DUQUE
“Estava perdida e fui achada, assim ele encontrou a mim.” É com essa frase que a missionária Lanna Holder termina um breve relato em sua página na internet, sobre sua volta aos púlpitos para pregar o Evangelho.
Já se passaram quatro anos, desde que veio à tona, por meio de notícias de jornais e boatos em sites da internet, o escândalo do envolvimento sexual de Lanna com uma cantora gospel. Pregadora itinerante, a pernambucana ficou famosa ao visitar igrejas no Brasil e no exterior para contar seu testemunho de conversão, onde explicitava, principalmente, a libertação do homossexualismo e uso de drogas.
Lana voltou a ter uma agenda cheia para pregar em igrejas nos Estados Unidos
Durante o período em que esteve afastada do púlpito, ela pintou parede, entregou pizza e sofreu um grave acidente de carro, quando quase perdeu a vida. Nesse tempo, Lanna sempre afirmou que sabia do amor de Jesus por sua vida e estava tentando se levantar. “Sei que pequei. Não me orgulho disso e estou trabalhando minha restauração com o Senhor”, desabafa.
Então, chegou a hora. Desde julho do ano passado, a missionária voltou a ter uma agenda, bem tímida em relação ao passado, para pregar em igrejas nos Estados Unidos, onde mora com seu filho Samuel.
Novos DVDs de pregação também já foram lançados, seu site voltou ao ar (www.lannaholder.org) e a novidade é o lançamento de uma autobiografia intitulada O Diário de uma Filha Pródiga. Que Deus a recebeu de braços abertos, não há dúvida. Mas o caminho a percorrer para recuperar a confiança dos pastores será um pouco mais árduo. Se depender de seus admiradores, a volta está garantida. Só no site de relacionamento Orkut há dezenas de comunidades pedindo a volta de Lanna Holder e ainda um grupo de oração e intercessão por sua vida e ministério.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

PROMOÇÃO DIA DAS MÃES

Participe e concorra a uma TV LCD

Minha mãe vale uma história



O Concurso de Redação, instituído pela revista Enfoque Gospel, objetiva comemorar o Dia das Mães em 2008, dando oportunidade para que um filho homenageie sua mãe ao escrever uma história interessante e real sobre ela.

INSTRUÇÕES E REGULAMENTOS:

1 - Com este objetivo, a revista Enfoque Gospel promove “Minha mãe vale uma história”, um concurso de caráter exclusivamente cultural, sem qualquer modalidade de sorteio ou pagamento, aberto a todos os leitores da revista.

2 - É vedada a participação de funcionários(as) do Grupo MK de Comunicação, empresa que produz a revista Enfoque Gospel, bem como de seus respectivos parentes, até 2º grau, cônjuges e quaisquer pessoas envolvidas diretamente na execução do concurso.

3 - Somente poderão participar os leitores que possuem 18 anos de idade ou mais.

4 - Para participar, os interessados deverão enviar sua redação pelo correio para revista Enfoque Gospel: Rua Gotemburgo, 211 - São Cristóvão - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20941-080, incluindo obrigatoriamente o cupom da revista preenchido, informando os dados pessoais do participante, como consta na página 81.

5 - Somente assinantes da Enfoque que não desejarem utilizar o correio poderão enviar textos pelo site da revista: www.revistaenfoque.com.br, clicando no botão “Minha mãe vale uma história”.

6 - Serão premiadas as três melhores redações. A escolha dos vencedores do concurso será feita por uma comissão julgadora: Yvelise de Oliveira (presidente do Grupo MK de Comunicação), Ricardo Gondim (escritor, pastor da Igreja Betesda em São Paulo e colunista da Enfoque), Virgínia Rodrigues (editora chefe da Enfoque) e Léa Mendonça (pastora e cantora).

7 - A comissão julgadora levará em conta três critérios – conteúdo, clareza no desenvolvimento das idéias e português correto –, sendo sua decisão soberana e irrecorrível.

8 - As 3 (três) redações premiadas serão presenteadas na seguinte ordem:

1º lugar – uma TV LCD 26”

2º lugar – uma máquina digital 5.1

3º lugar – DVD Player Portátil

As despesas de envio do prêmio para o endereço do(a) ganhador(a), devidamente informado no ato do envio da resposta, ficarão sob a responsabilidade da revista Enfoque.

9 - As redações deverão ter o mínimo de 70 e o máximo de 90 linhas. A fonte utilizada deverá ser Times New Roman, corpo 12. Só serão aceitos textos digitados.

10 - Cada concorrente poderá participar com apenas uma história sobre sua mãe.

11 - As redações devem ser postadas até o dia 05 de abril de 2008.

12 - A redação deve ser original e de autoria do próprio participante. Os que não obedecerem a esse requisito serão automaticamente desclassificados.

13 - Ao enviarem as suas redações, os leitores que forem premiados estarão automaticamente concordando em ceder para a revista Enfoque, sem quaisquer ônus para esta e em caráter definitivo, os direitos de imagem e autoral para qualquer tipo de utilização, publicação, reprodução por qualquer meio ou técnica, e na divulgação do resultado.

14 - A divulgação dos ganhadores será feita na edição de maio, quando as redações serão também publicadas na revista Enfoque.

15 - As redações recebidas após a data estabelecida, ou que não vierem acompanhadas do cupom com as informações solicitadas, estarão automaticamente desclassificadas.

16 - Em nenhuma hipótese os ganhadores poderão receber o valor do prêmio em dinheiro ou trocar o prêmio.

TECNOLOGIA

Aparelho lê em voz alta e explica figuras
Livros para ouvir

O inventor iraniano Ramin Sedighi criou um pequeno dispositivo que transforma livros normais em livros falantes. O aparelho lê, traduz e explica figuras e palavras de um livro quando é tocado por uma caneta eletrônica, de acordo com a agência Isna.

O dispositivo pode ser usado como forma de ensino de língua estrangeira para crianças entre 4 e 16 anos de idade e já estará disponível no início deste ano.

O produto contém uma porta USB, saída de áudio, uma caneta eletrônica, memória interna de 512 MB e um leitor de cartão SD. O aparelho funciona na tomada ou com bateria e é do tamanho de um laptop de 13 polegadas.

MOTORISTAS QUE FALAM AO CELULAR CAUSAM CONGESTIONAMENTO

Um estudo feito pela Universidade de Utah, nos Estados Unidos, concluiu que quem fala ao celular é responsável por gerar congestionamento no trânsito. Os pesquisadores fizeram testes com 36 estudantes em um simulador de automóvel – cada um deles fez o mesmo trajeto falando a um celular em viva-voz e sem falar ao telefone.

A probabilidade de um motorista falando ao celular trocar de faixa é 21% menor, em um cenário de trânsito médio, e 19% menor em trânsito pesado. Os motoristas falando ao telefone demoraram, em média, de 12% a 31% mais de tempo seguindo um veículo lento a 60 metros de distância, dependendo da densidade do trânsito. Isso significa que eles levaram de 25 a 50 segundos a mais para fazer a ultrapassagem.

Por fim, o estudo revelou que motoristas ao celular dirigem, em média, 3,2 quilômetros por hora mais devagar e levam de 15 a 19 segundos a mais para completar um trajeto de 15,4 quilômetros. “Pode não parecer muito, mas pode se tornar considerável se 10% dos motoristas estão falando ao celular ao mesmo tempo”, observou o doutorando em Psicologia e co-responsável pelo estudo, Joel Cooper, em um documento de divulgação.

Estudos anteriores revelam ainda: falar ao viva-voz é tão perigoso quanto segurar o telefone ao volante, pois o que distrai o motorista é a conversa; jovens adultos falando ao telefone passam a ter reações na direção tão lentas quanto as de idosos; motoristas falando ao celular têm o mesmo grau de performance que motoristas com 0,08 % de álcool no sangue – o que já é considerado dirigir bêbado em alguns estados dos Estados Unidos.

“FÉ” TEM QUASE DEZ MILHÕES DE SITES E SIMILARES NO YAHOO

Quem digita a palavra “fé” no site de buscas mundial Yahoo (www.yahoo.com) encontra 9 milhões 870 mil sites e citações em geral. Quando digitamos em inglês (faith), esse número atinge impressionantes 342 milhões de referências. No Google, “fé” aparece com 25 milhões e 700 mil links, enquanto faith, com 194 milhões.


SOFTWARE PEGA-LADRÃO

Quem tem notebook ou PC sabe que é preciso cuidar da segurança. Instalar antivírus, firewall e outras ferramentas é fundamental para manter sua máquina protegida. A novidade é que agora o usuário terá um programa que ajuda a garantir a “integridade física” do seu computador. Trata-se do software The Laptop Loack 92, que permite que o usuário recupere seu laptop, caso o perca ou seja roubado. Assim que seu computador se conecta à internet, é possível visualizar o local onde ele se encontra no painel de controle do site. E o melhor: é de graça. Quem quiser é só acessar www.baixatudo.com.br.





COPACABANA TERÁ INTERNET GRATUITA A CÉU ABERTO

A partir de 2008, um dos cartões postais mais conhecidos do Brasil, a orla de Copacabana, terá internet banda larga sem fio a céu aberto. A implantação da tecnologia Wi-Fi permitirá que, a partir de maio, turistas, moradores e quem passar pelos pontos com um computador possa navegar pela internet – e gratuitamente.

De acordo com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, o fornecimento da internet sem fio vai cobrir, inicialmente, toda a Avenida Atlântica, e poderá alcançar também a Avenida Nossa Senhora de Copacabana. Logo após Copacabana, será a vez de a Baixada Fluminense receber a tecnologia, num investimento de mais de R$ 4 milhões – todos os municípios serão atendidos. Em seguida, outras praias – como Ipanema e Leblon – terão a tecnologia. De acordo com o secretário Alexandre Cardoso, todo o estado deverá ter acesso à tecnologia Wi-Fi em aproximadamente 18 meses. O investimento total será de mais de R$ 40 milhões.


quinta-feira, 1 de maio de 2008

Kaká - o melhor do mundo

“Deus é um Deus de estratégias”
O melhor do mundo
Celso de Carvalho

“Deus é um Deus de estratégias.” Com essa declaração, Ricardo Izecson Santos Leite, conhecido no mundo inteiro por Kaká, seu apelido desde garoto, comentou o sucesso que ultrapassa as quatro linhas do campo. Eleito em dezembro de 2007 melhor jogador de futebol do mundo pela Fifa, o integrante do Millan, 25 anos, aguarda o nascimento de seu primeiro filho em 2008 e cogita, num futuro próximo, cursar Teologia.

No campo, Kaká é o queridinho da torcida. O talento do meio-campista levou o clube à conquista do Mundial de Clubes da Fifa, derrotando o time argentino Boca Juniors. Por conta de sua atuação, Kaká foi eleito o melhor da competição. Esse não foi o único trunfo do craque, que começou o ano no banco de reservas depois do pedido de dispensa da Copa América, na metade do ano, quando alegou cansaço pela temporada no Milan.

Bastaram poucos jogos para ele recuperar sua posição, consolidada com o posto de artilheiro brasileiro nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, com três gols em quatro partidas. Os passes rápidos e as marcações precisas deram ao jogador o título Bola de Ouro, conferido pela revista “France Football”. A titulação, também conhecida até então como “Jogador Europeu do Ano”, foi concedida após uma votação de 96 jornalistas de todo o mundo, sobre uma lista de 50 jogadores. Revelado pelo São Paulo e vendido por 8,5 milhões de dólares ao clube italiano em 2003, após ter participado do pentacampeonato mundial do Brasil na Ásia em 2002, Kaká se tornou o quinto brasileiro a ser eleito o melhor do mundo ao ser escolhido no dia 17 de dezembro pela Fifa.


Em Brasília, o jogador de futebol Kaká entrega a camisa do time italiano do Milan ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também a que contém dizeres que mostram a sua fé em Cristo

SUCESSO DENTRO E FORA DOS CAMPOS

Kaká é também considerado pelos dirigentes um exemplo fora de campo. O jogador é do estilo “good boy” (bom menino). Valoriza a família, não gosta de noitadas como outros jogadores e coloca o trabalho em primeiro lugar. Confirmando este bom momento, sua esposa Caroline Celico, com quem o jogador é casado desde dezembro de 2005, está esperando o primeiro filho do casal. O nascimento está previsto para abril de 2008. “Estamos curtindo cada momento. Será um menino, mas não decidimos o nome ainda.” Essa não é a única novidade do ex-são-paulino. Em 2007, ele disse em jornais esportivos que pretende se dedicar à obra de Deus.

Aluno do Colégio Batista, em São Paulo, aos 8 anos, Kaká foi matriculado numa escolinha de futebol, indicada por um professor de educação física. Depois de treinar um ano no Alphaville Tênis Clube, ele foi descoberto por olheiros do São Paulo após disputar uma final do clube. A partir daí, foi contratado pelo tricolor paulista até se mudar para a Itália em 2003. No São Paulo, o jogador, que tinha problemas de crescimento, recebeu acompanhamento físico.

KAKÁ: DÍZIMO NA MIRA DA JUSTIÇA

Em janeiro de 2008, a revista Carta Capital trouxe a reportagem intitulada ‘Fé, família e dinheiro’, em que o promotor da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Marcelo Batlouni Mendroni, questiona a ligação de Kaká com os líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. O promotor quer ouvir o jogador como testemunha em processo relativo à Igreja Renascer, investigar qual é o grau de amizade e que relação tem com o casal, e de quanto foi o repasse do dízimo no último ano à igreja. Em nota distribuída à imprensa, o advogado do casal, Sônia e Estevam Hernandes, doutor Luiz Flávio Borges D’Urso, repudiou a forma como está sendo conduzido o processo criminal. Segundo o advogado, o promotor extrapolou suas funções e está buscando alarde na mídia.


CHAVE DO SUCESSO: O TESTEMUNHO

Ao marcar o terceiro gol na final do Mundial de Interclubes, no fim de 2007, o jogador deu mais um belo testemunho. Ele tirou a camisa do Milan e mostrou a camiseta com os dizeres “I Belong to Jesus” (“Eu pertenço a Jesus”). Num país como o Japão, onde as principais religiões são o xintoísmo e o budismo, Kaká mostrou o tamanho do Deus que ele serve. Outra força de seu testemunho aconteceu em 2005. Em entrevista à Enfoque, Kaká enfatizou a importância da virgindade e afirmou que ele e sua esposa se guardaram para o matrimônio. A mesma camisa com os dizeres foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia, no dia 28 de dezembro, num encontro em Brasília.

TROFÉU COMO PRIMÍCIA

Na virada do ano, Kaká entregou o troféu dado pela Fifa, como melhor jogador do mundo, à Igreja Renascer em Cristo, da qual é membro. O troféu ficará exposto no saguão da igreja na Lins de Vasconcelos, em São Paulo. A entrega foi acompanhada em 25 regionais da igreja e pela internet. Durante o culto, o jogador agradeceu a Deus pela vitória. “Trago aqui ao altar dois prêmios: um é meu filho que está chegando, fruto de uma palavra profética que recebi do apóstolo Estevan no final de 2006. Outro é esse troféu da Fifa, que quero consagrar a Deus e deixar aqui na igreja. Por isso, eu o entrego como primícia na Casa do Senhor.” O ato foi acompanhado pelo apóstolo Estevan Hernandes e pela bispa Sonia Hernandes, que estão presos nos Estados Unidos, acusados de contrabando, conspiração e falso testemunho.


KAKÁ FALA À ENFOQUE SOBRE SUA PERSPECTIVA
PARA O FUTURO

Qual foi a sensação de receber o prêmio de melhor jogador da Fifa? Isso representa a consagração de uma carreira?

Kaká - Foi uma grande emoção. Quando anunciaram o meu nome, passou um filme pela minha cabeça. Relembrei tudo que trabalhei para poder viver aquele momento.

Como foi receber o prêmio de melhor jogador do ano pela “France Football”?

Kaká - Esse foi outro prêmio muito importante. Fui considerado o melhor jogador do mundo segundo os jornalistas. O “France Football” é um prêmio conceituado e respeitado. Entrar para o “hall” dos jogadores que conseguiram essa conquista é realmente uma honra.

Qual o balanço que você faz de 2007?

Kaká - Foi um ano maravilhoso, em que conquistei tudo o que eu podia ganhar, tanto no coletivo quanto individual. Espero em 2008 realizar ainda mais.

A que você deve seu sucesso?

Kaká - A Deus, em primeiro lugar, pelo dom que me deu, pela oportunidade de fazer o que eu gosto. À minha esposa Caroline, à minha família, meus pais, meu irmão e, é claro, ao trabalho.

Recentemente, você afirmou que pretende estudar para ser pastor. A dedicação ao ministério deve ocorrer após o término de sua carreira?

Kaká – Gostaria, sim, de estudar mais a Bíblia. Quero me aprofundar mais nos assuntos bíblicos. Isso requer tempo. É uma coisa que eu gostaria de fazer. Se for a vontade de Deus, vai acontecer. Quem sabe, não consigo me tornar um pastor-jogador?

Já que você falou em ser pastor-jogador, como você avalia esses ministérios esportivos?

Kaká - Como algo estratégico. Como uma grande oportunidade de pregar o Evangelho. Não há barreiras para o esporte. Deus é um Deus de estratégias. Creio que o esporte é uma delas, para levar a Palavra de Deus.

Você sofre alguma discriminação por ser evangélico?

Kaká - Nenhuma. Pois há um respeito recíproco entre meus companheiros.


CINEVÍDEO

Um filme que salva vidas
''Bella''

É raríssimo um filme rodado com o rótulo de ‘’produção cristã’’ conseguir visibilidade fora dos círculos evangélicos. Mas o longa-metragem ‘’Bella’’ não só conseguiu, como foi além: recebeu o prêmio de Melhor Filme do Júri Popular no Festival de Cinema de Toronto, Canadá, ganhando com isso destaque mundial. A produção mostra o drama de uma mulher solteira que engravida e pensa em fazer um aborto. Até que sua relação com um misterioso colega de trabalho muda sua vida. O filme, uma ode aos valores familiares e à vida, tem uma mensagem tão positiva pela ótica bíblica que organizações católicas e evangélicas têm recomendado aos fiéis que não deixem de assisti-lo. Como se não bastasse, o produtor de ‘’Bella’’ e protagonista, o cristão Eduardo Verastegui, afirma que tem recebido e-mails e cartas de jovens mulheres que desistiram de fazer abortos já agendados após assistir ao filme. ‘’Mesmo que ‘Bella’ não venda mais nenhum ingresso, me regozijo no Senhor pela vida desses bebês... que estão vivos por causa do filme’’, emocionou-se Verastegui.

Estréia no Brasil: sem previsão*

Veja o trailer na internet: cinegospel.wordpress.com/trailers/#bella

É MÊS DE OSCAR!

Dia 24 o mundo vai poder conferir a 80ª cerimônia de entrega do Oscar, o prêmio mais importante do cinema mundial. Inscreveram-se neste ano 306 produções de todo o mundo para concorrer na cerimônia que terá como apresentador, pela segunda vez, o comediante Jon Stewart. E neste mês também ocorrem outras premiações importantes do cinema, que funcionam como prévias do Oscar, como o Bafta (principal prêmio do cinema inglês) e o Festival de Berlim, que agita a capital alemã com a presença de astros e produções de diferentes nações. O brasileiro ‘’Tropa de Elite’’ disputa o Urso de Ouro de melhor filme.


O TEMPO NÃO VOLTA ATRÁS

Quando assisti a ‘’Desejo e Reparação’’ no Festival do Rio 2007, o que mais me chamou a atenção não foram as constrangedoras cenas de sexo fugaz, mas a habilidade dos realizadores de transmitir a tristeza dos personagens. Uma tristeza aguda e doída provocada, principalmente, por erros que não podem ser reparados e por situações que nunca voltarão – e, portanto, não podem ser consertadas. O longa-metragem expõe aos nossos olhos a importância de fazer o que é certo a todo instante: um único deslize, um só passo em falso... pode nunca mais ter volta. E afetar profundamente e para sempre a nossa vida e a daqueles que nos cercam.

Estréia no Brasil: 08/02*

Veja o trailer na internet: cinegospel.wordpress.com/trailers/#desejo



DE QUEM É A VINGANÇA?

A Bíblia nos ensina: ‘’Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: ‘Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor’ ‘’ (Romanos 12.19). ‘’Sentença de Morte’’ ensina justo o oposto. No filme, do mesmo diretor de ‘’Jogos Mortais’’, o pai vivido por Kevin Bacon busca vingança depois que seu filho é morto por uma gangue sanguinária. Ele jura de morte cada um dos integrantes do grupo e parte numa odisséia de violência e assassinatos. É pena que o cinema ainda mostre a vingança pessoal como solução para uma vida transtornada.

Estréia no Brasil: 1°/02*

Veja o trailer na internet: cinegospel.wordpress.com/1557/#sentença

DOCUMENTÁRIO DEFENTE CRISTÃOS GAYS

O debate acerca do homossexualismo nunca foi tão incendiário como na atualidade. E um documentário de 97 minutos está ajudando a botar lenha na fogueira. ‘’For the Bible Tells me So’’ (‘’Pois a Bíblia me Diz Isso’’, numa tradução livre) mostra de forma bastante parcial (em favor da causa gay) a vida de cinco famílias cristãs que contam com um membro gay. A visão geral do longa-metragem e de seus personagens é: a Bíblia tem sido mal interpretada ao longo dos séculos e a homossexualidade não é um pecado. O diretor Daniel Karslake e sua equipe entrevistaram pessoas como o senador democrata americano Richard Gephardt, que tem uma filha lésbica, e Gene Robinson, o primeiro bispo episcopal assumidamente gay. O documentário já ganhou prêmios em festivais pequenos e críticas positivas em jornais como o Seattle Times, que o chamou de ‘’inspirador’’. Por outro aspecto, também recebeu críticas negativas, como a do jornal “indieWIRE”, que publicou: ‘’O filme é um desapontamento para qualquer um que não seja um devotado militante da causa gay.”

Estréia no Brasil: sem previsão*



‘DESAFIANDO OS GIGANTES’

Esqueça Mel Gibson, Denzel Washington, Jim Caviezel ou outros astros cristãos. Quem esteve sob os holofotes do povo de Deus em 2007 foi um time escolar de futebol americano e seu treinador, estrelas desconhecidas de um filme que está fazendo história. Produzido em 2006 e lançado no Brasil direto em DVD no ano passado, ‘’Desafiando os Gigantes’’ conquistou o público por todo o mundo e vem sendo usado como instrumento de evangelismo e revigoramento espiritual de muitos crentes. O mais impressionante da produção é que ela é totalmente escrita, dirigida e estrelada por amadores, além de ter sido filmada com uma só câmera e com um orçamento ridículo para os padrões hollywoodianos.

Rodado a partir de uma iniciativa da Sherwood Baptist Church, em Albany (EUA), o longa-metragem custou pífios cem mil dólares e já faturou mais de dez milhões. Nos Estados Unidos, ficou em cartaz por 17 semanas em mais de mil cinemas. Em todo o mundo, já está disponível em mais de 60 países de todos os continentes, dublado em dez idiomas.

“Desafiando os Gigantes” tem como maior mérito o efeito que causa sobre o público. Mais de três mil pessoas enviaram e-mails para os pastores da igreja compartilhando o fato de que entregaram suas vidas a Jesus após ter assistido ao filme. O DVD – o sexto mais vendido nos EUA em 2007 – está sendo apresentado em igrejas, escolas e prisões de todo o mundo e mais de 5.500 congregações e ministérios de diferentes nações adquiriram licenças para exibir o longa-metragem publicamente.

A história é simples: o técnico de futebol americano Grant Taylor comanda há seis anos o time de uma escola secundária, o Shiloh Eagles. Só que ele nunca conseguiu levar a equipe a uma temporada vitoriosa. Ao mesmo tempo, suas tentativas de ter um filho fracassam, uma atrás da outra. Em resumo, sua vida está um caos. A situação começa a mudar quando ele decide reconhecer sua impotência e buscar em Deus a saída para a situação. Nessa busca, ele acaba contagiando todo o time e, mais do que isso, toda a escola. Aos poucos, eles experimentam um autêntico avivamento.

A idéia de investir em “Desafiando os Gigantes” surgiu depois que a liderança da Sherwood Baptist Church leu uma pesquisa que mostra que o cinema tem uma influência maior na sociedade do que as igrejas. Adotando uma linguagem clara a cristãos e não-cristãos, os roteiristas apostaram numa história atual. Elenco e equipe técnica são compostos de 500 membros da igreja, que trabalharam de forma voluntária.

Apesar de ser uma produção amadora e barata, “Desafiando os Gigantes” mostrou ser eficaz em seu espírito evangelístico. E já faz escola. A Sherwood Baptist Church está trabalhando numa nova produção, chamada “Fireproof”, sobre um casal à beira do divórcio que tem seu casamento restaurado por Cristo. “Queremos encorajar as pessoas a serem justas e retas”, afirma o pastor da congregação, Michael Catt.

Milagres

Podem ser ‘construídos’ e ‘instantâneos’

Ser cristão é implicitamente crer em milagres, crer em um Deus que “faz sinais e maravilhas”, como declarou até mesmo o rei pagão Dario, que se converteu ao testemunhar o livramento recebido por Daniel na cova dos leões (Dn 6.27). O milagre é parte integrante da fé, e, nos tempos difíceis atuais, muitos crentes têm se voltado intensamente para Deus em busca de um favor sobrenatural para suas vidas.

O novo ano começa a amadurecer, e quando, em toda manhã, cada um se encontra vivo, vendo o sol despontar no horizonte e reconhecendo que “até aqui nos ajudou o Senhor”, um milagre está sendo vivido. E tudo realizado por um Deus humilde que prefere se esconder a se exibir, como observou o profeta Isaías e escreve em seu novo livro o pastor inglês Graham Tomlin, da Faculdade de Teologia de Oxford: “Deus é humilde, ainda que não pareça ter motivo para tal. Ele não chama a atenção para si mesmo nem faz alarde de suas próprias qualidades. Prefere que os outros façam isso por ele. Não há nenhuma assinatura escrita no céu, nem outdoors ou letreiros luminosos dizendo: ‘Feito por Deus, só para VOCÊ!’”

Há milagres cotidianos que Deus faz sem alarde, como a flutuação do nosso planeta no espaço com o peso de seis bilhões de pessoas, animais, árvores, construções e veículos, passando por aquele que é considerado “o maior dos milagres” pela psicóloga e educadora cristã Elizete Malafaia – a salvação de uma alma –, até chegar às curas miraculosas das cruzadas evangelísticas. O mundo está inundado de milagres – alguns são espetaculares, outros ocorrem no cotidiano perigoso das cidades e outros, ainda, são operados no recôndito de um quarto, na intimidade entre o Espírito Santo e um coração quebrantado.

Por definição, milagre pode ser entendido como uma evidência extraordinária do poder de Deus, que intervém na lógica natural das coisas e manifesta o seu amor, sua compaixão, seus livramentos, seu juízo, sua vontade soberana e sua glória.

“Creio, sim, que Deus continua fazendo milagres hoje, assim como no passado, até porque ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e não há nas escrituras nenhuma passagem que afirme que só haveria milagres em determinada época”, afirma a enfermeira comunitária Maria de Fátima Almeida, convertida há 13 anos. Para ela, o ingrediente básico para o milagre é a fé: “Não há dúvida de que o milagre é proporcional ao tamanho da fé e a maneira como ela é vivenciada por quem o busca. O próprio Jesus demonstra isso na passagem de Lucas 7.9, quando elogia a fé do centurião romano. Para vermos milagres em nossas vidas, necessitamos de uma fé robusta e bem exercitada. E para que essa fé resulte em um milagre, é necessário não olharmos para as circunstâncias, pois estas minam a fé. E isso não é uma tarefa nem fácil e nem comum em nossos dias”, Fátima reconhece.

Ressalvando que milagre é algo incomum aos olhos naturais e que está além do que a capacidade humana pode realizar, Elizete Malafaia diz que, desde menina, como filha de pastor da Assembléia de Deus, já viu muitos milagres, tanto na sua igreja como nas cruzadas de Morris Cerullo, Bernard Johnson e em congressos de seu marido, o pastor Silas Malafaia. “Já vi paralíticos andarem, cegos enxergarem, cancerosos serem curados, assim como os milagres que mais me tocam como psicóloga, que são os de cura interior, quando uma pessoa tem suas emoções restauradas pela operação do Espírito Santo.”

MILAGRES CONSTRUÍDOS

O repertório de milagres na história da Igreja é tão grande que seria possível, “grosso modo”, dividi-los entre “milagres construídos” e “milagres instantâneos”. Estes últimos seriam as operações de maravilhas, citadas pela psicóloga, visíveis nas cruzadas e em alguns cultos pentecostais como sinais da presença de Deus. No Novo Testamento, quase a totalidade dos milagres de Jesus se deu dessa forma, a partir de um movimento de fé dos que buscavam o milagre (a mulher hemorrágica, o cego Bartimeu, a mulher siro-fenícia e o já citado centurião, dentre muitos outros). Também Paulo e Pedro operaram milagres instantâneos de cura divina e ressurreição de mortos.


O missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, tem reunido multidões de norte a sul do país para pregar a Bíblia e realizar milagres

Porém os milagres que mais fazem parte da Igreja contemporânea são os que poderíamos chamar de “milagres construídos”: aqueles que vão sendo conquistados paulatinamente numa parceria íntima do crente com Deus, muitas vezes entre lágrimas e joelhos no chão, a exemplo do que ocorreu no Antigo Testamento com Ana, em busca da concepção (1 Sm 1.11ss).

“Nada se obtém sem esforço na vida cristã, e com o milagre não é diferente. É necessário fé, decisão, santidade, compromisso, intensidade, perseverança e muito esforço”, costuma dizer o pastor Marco Antônio Peixoto, da Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, em seu programa de sábado na TV. Corroborando, a enfermeira Fátima lembra que, mesmo na Bíblia, os milagres sempre foram exceções à regra, “ainda que conquistados por pessoas humildes ou anônimas que se colocaram na dependência em Deus e creram nEle acima de seus problemas”.

O tradutor José Fontenelle, que ora pelo cuidado de Deus sobre os filhos que se afastaram da igreja na adolescência após o divórcio dos pais, acrescenta os ingredientes da “confiança”, da “batalha espiritual” e da “esperança”. “O esforço de pais crentes na minha situação tem de ser muito grande, sim, e isso implica em colocar toda a confiança nas promessas da Bíblia para os filhos, combater com vigor as forças do mal na vida deles e cultivar no coração a esperança do milagre”, diz ele.

O esforço no mundo sobrenatural da oração tem um paralelo no mundo natural. O cantor e pregador mexicano Marcos Witt, ganhador de vários “Grammy” de música latina, e que está lançando um livro no Brasil, explica a diferença. “Não só acredito em milagres, como já os vi com meus próprios olhos; não apenas na vida de outros, mas na minha própria. Tenho aprendido que o que podemos conquistar com disciplina, perseverança e esforço físico não precisa de um milagre de Deus. Milagres devem ser para aquelas coisas que nós, mortais, não podemos fazer. Muitas vezes queremos tomar uma pílula mágica que vai consertar tudo, mas não funciona assim.”

Buscar incessantemente, sem duvidar, e saber esperar o momento de Deus, sem murmurar, é a fórmula de Elizete Malafaia, para quem o milagre construído junto com Deus “é lindo e maravilhoso, pois o Espírito Santo investe em nós todos os dias”. Para a psicóloga e escritora, milagre é também “realizarmos, em parceria com Ele, as obras para a qual fomos designados nesta terra. E o lindo é que cada um tem o seu jeito de realizar.”

MILAGRES DA IGREJA PRIMITIVA
Biblicamente, um dos principais objetivos de Deus ao promover milagres, além de libertar pessoas do sofrimento, era o de despertar a fé para que pessoas conhecessem e se entregassem a Deus. E isso acontecia com freqüência na Igreja Primitiva. Está registrado no livro de Atos que o restabelecimento da saúde de Enéias (9.34,35) resultou na conversão de todos os habitantes de Lida e de Sarona, provocando a salvação de duas cidades inteiras; a cura de um paralítico por intermédio de Pedro no templo de Jerusalém levou cinco mil pessoas a se converterem; o terremoto enviado por Deus, que abalou os alicerces da prisão onde Paulo e Silas estavam presos, ocasionou a conversão do carcereiro e sua família; o escape dado por Deus a Paulo, após ele ser picado por uma cobra venenosa, e a posterior cura de todos os enfermos da Ilha de Malta por meio da oração do apóstolo permitiram que os bárbaros do lugar pudessem testemunhar o poder do Jesus que Paulo pregava. Estes são muitos dentre outros episódios relatados no livro.


SOLUÇÕES MÍSTICAS

Num mundo em que tudo é espetáculo, até a fé teve de virar show para atrair o olhar das massas para a obra de Deus. Apoiado no sucesso de seu Show da Fé, primeiro programa evangélico a conquistar o horário nobre da TV aberta, o missionário R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, tem reunido multidões de norte a sul do país para pregar a Bíblia e realizar milagres.

Dentre estes, o acontecido numa cruzada em Palmas (TO). Nem o temporal que desabou sobre a cidade fez Luceni Pereira abandonar o local do evento sem que antes fosse curada das seqüelas de um acidente de moto ocorrido em 2006. Ela enfrentou a forte chuva e, após ouvir a pregação do missionário sobre a fé perseverante de Jacó, dirigiu-se ao palco. Ali recebeu a oração de Soares e teve os movimentos das pernas recuperados, deixando o local em prantos, carregando as muletas sobre os ombros. “Orei com o missionário e minhas pernas se firmaram. Então, me senti curada e deixei as muletas”, afirma, após receber a graça.

No caso de Soares, os milagres que acontecem nas cruzadas e que são relatados no quadro “Novela da Vida Real” de seu programa diário na TV, são pavimentados pela fé que é estimulada pela pregação da Bíblia. Mas o que dizer quando o milagre passa a ser o centro das atenções, o chamariz exclusivo de alguma denominação que, na trilha do chamado neopentecostalismo, despeja milagres extravagantes pela TV sem preocupação com a Palavra?

Na visão de Elizete Malafaia, os milagres por si mesmos jamais autenticam qualquer coisa. “É importante que sejam acompanhados por genuínas expressões espirituais”, ela exorta. O pastor presbiteriano Éber Lenz César, por sua vez, recomenda que ao invés de se tentar soluções místicas “como repreender a enfermidade, fazer descarrego, aplicar óleo ungido ou expulsar um suposto espírito mau”, deve-se “orar com humildade, confiança e submissão à vontade de Deus.” Ele afirma que é preciso levar em conta o ensino bíblico sobre as causas do sofrimento.

No ministério pastoral há 41 anos, Éber César lembra quando sua esposa Márcia recebeu em 1990 um diagnóstico de miastenia gravis, a mesma doença, considerada incurável, que acometeu o ex-campeão de xadrez Mequinho. “Uma pessoa crente chegou à nossa casa pedindo para expulsar o demônio de Márcia e eu lhe respondi que ela estava em plena comunhão com Deus e que aquilo não era demônio, era uma provação. Oramos muito e pedimos orações às igrejas. Em 70 dias, minha esposa estava com seus músculos revitalizados e voltando às atividades normais. A cura não foi imediata, espontânea, nem mística. Mas foi um milagre, sim, no tempo de Deus, em resposta às orações. E Deus usou médicos e remédios!”, ele conta, afirmando que a medicina pode fazer parte de um milagre.


Para a psicóloga e educadora cristã Elizete Malafaia, milagre também é realizar as obras que Deus designou ao seu povo. "E o lindo é que cada um tem o seu jeito de realizar", enfatiza

LIVRAMENTOS E COMUNHÃO

Convertida há dois anos e moradora de uma comunidade de risco, A.M.S.O., auxiliar de serviços gerais, tem testemunhado “milagres diários de Deus” na proteção de sua filha de 9 anos e seu filho de 16. “O crack invadiu de tal forma o lugar em que eu moro que até meu marido foi vítima dessa droga”, lamenta ela.

Na luta para recuperar o marido do vício, ela acabou conhecendo a Jesus e se firmando numa igreja. Hoje, toda a família é evangélica, e a servente tem provado o milagre dos livramentos de Deus nas idas e vindas dos filhos, “muitas vezes no fogo cruzado entre a polícia e os traficantes”. Para ela, o fato de sua família não ter sido vítima de bala perdida e de o filho adolescente estar freqüentando a igreja em vez de uma boca de fumo, “também é um imenso milagre”. Sua vizinha Kátia Cilene é ainda mais contundente. “Milagre é sobreviver como pobre e morador de favela numa sociedade em que todos só se preocupam com o próprio umbigo.”

Para Elizete Malafaia, todos os sinais são importantes, mas, segundo ela, os maiores milagres que o Corpo de Cristo deve buscar para fazer diferença na terra são “a comunhão e cooperação entre as igrejas e a libertação de vidas. É o milagre que pode produzir um grande avivamento”, conclui.