“Deus é um Deus de estratégias.” Com essa declaração, Ricardo Izecson Santos Leite, conhecido no mundo inteiro por Kaká, seu apelido desde garoto, comentou o sucesso que ultrapassa as quatro linhas do campo. Eleito em dezembro de 2007 melhor jogador de futebol do mundo pela Fifa, o integrante do Millan, 25 anos, aguarda o nascimento de seu primeiro filho em 2008 e cogita, num futuro próximo, cursar Teologia.
No campo, Kaká é o queridinho da torcida. O talento do meio-campista levou o clube à conquista do Mundial de Clubes da Fifa, derrotando o time argentino Boca Juniors. Por conta de sua atuação, Kaká foi eleito o melhor da competição. Esse não foi o único trunfo do craque, que começou o ano no banco de reservas depois do pedido de dispensa da Copa América, na metade do ano, quando alegou cansaço pela temporada no Milan.
Bastaram poucos jogos para ele recuperar sua posição, consolidada com o posto de artilheiro brasileiro nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, com três gols em quatro partidas. Os passes rápidos e as marcações precisas deram ao jogador o título Bola de Ouro, conferido pela revista “France Football”. A titulação, também conhecida até então como “Jogador Europeu do Ano”, foi concedida após uma votação de 96 jornalistas de todo o mundo, sobre uma lista de 50 jogadores. Revelado pelo São Paulo e vendido por 8,5 milhões de dólares ao clube italiano em 2003, após ter participado do pentacampeonato mundial do Brasil na Ásia em 2002, Kaká se tornou o quinto brasileiro a ser eleito o melhor do mundo ao ser escolhido no dia 17 de dezembro pela Fifa.
Em Brasília, o jogador de futebol Kaká entrega a camisa do time italiano do Milan ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também a que contém dizeres que mostram a sua fé em Cristo
SUCESSO DENTRO E FORA DOS CAMPOS
Kaká é também considerado pelos dirigentes um exemplo fora de campo. O jogador é do estilo “good boy” (bom menino). Valoriza a família, não gosta de noitadas como outros jogadores e coloca o trabalho em primeiro lugar. Confirmando este bom momento, sua esposa Caroline Celico, com quem o jogador é casado desde dezembro de 2005, está esperando o primeiro filho do casal. O nascimento está previsto para abril de 2008. “Estamos curtindo cada momento. Será um menino, mas não decidimos o nome ainda.” Essa não é a única novidade do ex-são-paulino. Em 2007, ele disse em jornais esportivos que pretende se dedicar à obra de Deus.
Aluno do Colégio Batista, em São Paulo, aos 8 anos, Kaká foi matriculado numa escolinha de futebol, indicada por um professor de educação física. Depois de treinar um ano no Alphaville Tênis Clube, ele foi descoberto por olheiros do São Paulo após disputar uma final do clube. A partir daí, foi contratado pelo tricolor paulista até se mudar para a Itália em 2003. No São Paulo, o jogador, que tinha problemas de crescimento, recebeu acompanhamento físico.
KAKÁ: DÍZIMO NA MIRA DA JUSTIÇA |
Em janeiro de 2008, a revista Carta Capital trouxe a reportagem intitulada ‘Fé, família e dinheiro’, em que o promotor da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Marcelo Batlouni Mendroni, questiona a ligação de Kaká com os líderes da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. O promotor quer ouvir o jogador como testemunha em processo relativo à Igreja Renascer, investigar qual é o grau de amizade e que relação tem com o casal, e de quanto foi o repasse do dízimo no último ano à igreja. Em nota distribuída à imprensa, o advogado do casal, Sônia e Estevam Hernandes, doutor Luiz Flávio Borges D’Urso, repudiou a forma como está sendo conduzido o processo criminal. Segundo o advogado, o promotor extrapolou suas funções e está buscando alarde na mídia. |
CHAVE DO SUCESSO: O TESTEMUNHO
Ao marcar o terceiro gol na final do Mundial de Interclubes, no fim de 2007, o jogador deu mais um belo testemunho. Ele tirou a camisa do Milan e mostrou a camiseta com os dizeres “I Belong to Jesus” (“Eu pertenço a Jesus”). Num país como o Japão, onde as principais religiões são o xintoísmo e o budismo, Kaká mostrou o tamanho do Deus que ele serve. Outra força de seu testemunho aconteceu em 2005. Em entrevista à Enfoque, Kaká enfatizou a importância da virgindade e afirmou que ele e sua esposa se guardaram para o matrimônio. A mesma camisa com os dizeres foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, Marisa Letícia, no dia 28 de dezembro, num encontro em Brasília.
TROFÉU COMO PRIMÍCIA
Na virada do ano, Kaká entregou o troféu dado pela Fifa, como melhor jogador do mundo, à Igreja Renascer em Cristo, da qual é membro. O troféu ficará exposto no saguão da igreja na Lins de Vasconcelos, em São Paulo. A entrega foi acompanhada em 25 regionais da igreja e pela internet. Durante o culto, o jogador agradeceu a Deus pela vitória. “Trago aqui ao altar dois prêmios: um é meu filho que está chegando, fruto de uma palavra profética que recebi do apóstolo Estevan no final de 2006. Outro é esse troféu da Fifa, que quero consagrar a Deus e deixar aqui na igreja. Por isso, eu o entrego como primícia na Casa do Senhor.” O ato foi acompanhado pelo apóstolo Estevan Hernandes e pela bispa Sonia Hernandes, que estão presos nos Estados Unidos, acusados de contrabando, conspiração e falso testemunho.
KAKÁ FALA À ENFOQUE SOBRE SUA PERSPECTIVA PARA O FUTURO |
Qual foi a sensação de receber o prêmio de melhor jogador da Fifa? Isso representa a consagração de uma carreira? Kaká - Foi uma grande emoção. Quando anunciaram o meu nome, passou um filme pela minha cabeça. Relembrei tudo que trabalhei para poder viver aquele momento. Como foi receber o prêmio de melhor jogador do ano pela “France Football”? Kaká - Esse foi outro prêmio muito importante. Fui considerado o melhor jogador do mundo segundo os jornalistas. O “France Football” é um prêmio conceituado e respeitado. Entrar para o “hall” dos jogadores que conseguiram essa conquista é realmente uma honra. Qual o balanço que você faz de 2007? Kaká - Foi um ano maravilhoso, em que conquistei tudo o que eu podia ganhar, tanto no coletivo quanto individual. Espero em 2008 realizar ainda mais. A que você deve seu sucesso? Kaká - A Deus, em primeiro lugar, pelo dom que me deu, pela oportunidade de fazer o que eu gosto. À minha esposa Caroline, à minha família, meus pais, meu irmão e, é claro, ao trabalho. Recentemente, você afirmou que pretende estudar para ser pastor. A dedicação ao ministério deve ocorrer após o término de sua carreira? Kaká – Gostaria, sim, de estudar mais a Bíblia. Quero me aprofundar mais nos assuntos bíblicos. Isso requer tempo. É uma coisa que eu gostaria de fazer. Se for a vontade de Deus, vai acontecer. Quem sabe, não consigo me tornar um pastor-jogador? Já que você falou em ser pastor-jogador, como você avalia esses ministérios esportivos? Kaká - Como algo estratégico. Como uma grande oportunidade de pregar o Evangelho. Não há barreiras para o esporte. Deus é um Deus de estratégias. Creio que o esporte é uma delas, para levar a Palavra de Deus. Você sofre alguma discriminação por ser evangélico? Kaká - Nenhuma. Pois há um respeito recíproco entre meus companheiros. |
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