quarta-feira, 30 de abril de 2008

MÚSICA

Lançamento do Ministério Vinde Adorai
Melhor de Deus


Este mês chega às lojas, pela MK Music, o CD O Melhor de Deus, primeiro trabalho do Ministério Vinde Adorai, da Igreja Evangélica Missionária Ebenézer, localizada em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. O trabalho tem 12 faixas que refletem o que a congregação vive no seu dia-a-dia de busca a Deus. As letras foram compostas pelos próprios membros da igreja; muitas, inclusive, durante os cultos. Exceto “Brados de Vitória”, a primeira canção de trabalho, de autoria de Luciana Cordeiro (do Ministério Unção Ágape), e as músicas “Tu És Santo” e “Seja Bem-vindo”, de Estevão Ribeiro, também do Ministério Unção Ágape.

O álbum foi produzido por Jorge Chagas, integrante da banda da cantora Alda Célia. Ele é baterista e também membro da Igreja Evangélica Missionária Ebenézer. “Produzir esse CD foi muito bom, pois trata-se de um trabalho bem diferente dos que fiz anteriormente. O Ministério é muito unido e bastante integrado com a igreja, o que fez com que todos participassem. Nos reunimos com toda a congregação, expusemos o desejo de gravar o CD e todos colaboraram com canções e orações, abençoando todo o projeto”, afirma.

Fazer a diferença para toda uma geração que clama por Jesus é uma questão muito importante para o grupo, e tornou-se motivo de oração dos músicos. E Deus os abençoou, fazendo com que o CD chegasse às mãos do pastor e cantor Kleber Lucas, que foi um dos canais usados para que portas fossem abertas. “Lembro-me como se fosse ontem. Tínhamos saído do estúdio com as matrizes na mão e um CD demo (demonstrativo). Naquele dia, tinha um evento em nossa cidade em que o pastor Kleber Lucas iria ministrar. Como o Jorge Chagas já o conhecia, aguardamos o término e entregamos o CD nas mãos dele. O Kleber foi o canal de Deus para que pudéssemos chegar à MK Music. Assim como o nosso querido amigo e irmão Estevão Ribeiro (Ministério Unção Ágape), que foi usado para concretizar esta bênção”, diz o ministro de louvor do Vinde Adorai, Rafael Zava.

Para os integrantes do Ministério, o lançamento do álbum é a concretização de uma promessa de Deus em suas vidas como igreja.
“O melhor de Deus se renova a cada dia em nossa vida e ministério. Por isso, sempre que ouvimos a canção de mesmo nome, nos alegramos no Senhor, pois Ele tem proporcionado do seu melhor para nós. E o desejo do nosso coração é que este CD seja a continuidade daquilo que Deus já está fazendo em nosso meio. Que essas canções cheguem a todas as nações trazendo restauração, vida, alegria e ‘o melhor de Deus’”.


terça-feira, 29 de abril de 2008

MÚSICA

Pagodeiros convertidos e sua fé

Bambas do samba

O samba é a voz do morro, já diz a canção interpretada por Zé Kéti. Durante muito tempo, o samba ecoou os conflitos sociais dos menos favorecidos. No entanto, cavaquinhos, tamborins e agogôs desceram o morro e conquistaram o asfalto. Com seus ritmos e passos marcantes, o samba e o pagode estão conquistando até mesmo a Igreja. Com a conversão de músicos, que até antes ganhavam mídia liderando grupos de pagode de sucesso, o samba disputa espaço com os ministérios de adoração comunitária. Os ex-Katinguelê Salgadinho e Juninho do Banjo, Waguinho, dos Morenos, e Emerson, do Pique Novo, relembram o passado, contam sobre sua conversão e expectativas de como esse ritmo, apesar de ter origem africana, ganhou um jeitinho bem brasileiro.


Waguinho (Os Morenos) tinha tudo o que sempre sonhou, menos paz. Após sua conversão, largou o visual “malandro” e se tornou um homem de Deus com direito a terno e gravata, sem deixar sua paixão pelo samba e pagode

Nelson Laurindo Júnior, ou Juninho do Banjo, começou sua carreira artística aos 15 anos. Músico profissional, acompanhou grandes nomes do samba como Ivone Lara e Almir Guineto. Mas foi integrando o Katinguelê que ele ganhou fama e sucesso. No grupo – que tem hoje outro irmão em Cristo, Salgadinho –, ele ficou por nove anos e gravou dois LPs que receberam o Disco de Ouro. O espírito compositor rendeu a Juninho do Banjo um nome na voz de outros conjuntos como Exalta Samba, Grupo Arte Final, Grupo Sensação.

Apesar de ter fama e sucesso, faltava algo a seu espírito. Com sérios problemas emocionais, se envolveu com drogas pesadas e saiu do grupo. “Entrei em depressão. Perdi tudo que havia ganhado. Virei mendigo. Usei cocaína e crack”, lamenta Juninho, que morou três anos e meio nas ruas de São Paulo. Após tentar o suicídio por duas vezes e passar por um longo trabalho evangelístico com sua família, ele foi para uma clínica de recuperação onde foi tratado e aceitou Jesus. Desde 2001, Juninho compõe canções e já participou dos CDs do grupo Renascer Praise. Somente em 2005, devido à boa repercussão, gravou seu primeiro CD, Filho de Deus, que conta com a participação de Maurilio Santos, Magno Malta e do ex-Katinguelê Salgadinho.


Diferente dos demais, Emerson da Costa (Pique Novo) nasceu em lar evangélico, gravou sete CDs e um DVD e conquistou Disco de Ouro. Hoje se dedica apenas à Assembléia de Deus e gravou um CD com louvor

Apesar de trilharem caminhos distintos e após saírem do Katinguelê, Juninho do Banjo e Salgadinho tiveram a mesma atitude: aceitaram Jesus como Salvador. A conversão de Salgadinho aconteceu em 1999, por meio de sua esposa. Membro da Igreja Renascer em Cristo, ele começou sua carreira ainda menino. Aos 11 anos, meio autodidata, aprendeu a tocar o cavaquinho que ganhou de sua mãe. O reconhecimento veio rápido, compondo, produzindo outras bandas e até mesmo por meio de arranjos. Após lançar o primeiro CD pela Gospel Records, ele está em seu segundo CD gospel. Com o título Presente de Deus, Salgadinho acredita que não deve haver preocupação com a aceitação dos crentes para com o ritmo do samba e que é preciso compreender as diferenças de culturas e etnias.

“Todos os ritmos foram criados por Deus e não por Satanás. Aliás, Satanás não tem herança nenhuma. Não há por que darmos a ele algo que pertence a Jesus. Se respeitássemos mais essas diferenças, teríamos menos nações matando em ‘nome de Deus’ por causa da religiosidade”, critica Salgadinho, lembrando que o samba teve origem na África e foi levado à Bahia pelos escravos enviados para trabalhar nas plantações de açúcar.

Fama e sucesso também passaram pelo caminho de Waguinho. À frente do grupo Os Morenos, liderou as paradas de sucesso. Sua vida amorosa também ganhou destaque. Ele tinha tudo o que um garoto de origem humilde sonhava: fama, carros e dinheiro. Apesar de ter estado ao lado de belas mulheres, não tinha paz de espírito. Essa inquietação o levou para o vício do álcool e das drogas. Após aceitar Jesus na Assembléia de Deus dos Últimos Dias, largou o visual “malandro” e se tornou um homem de Deus com direito a terno e gravata.


Salgadinho começou a tocar cavaquinho aos 11 anos e se converteu em 1999: “Todos os ritmos foram criados por Deus. Não há por que dar a Satanás algo que pertence a Jesus”

Mas Waguinho não deixou sua paixão pelo samba e pagode. Lançou dois CDs após sua conversão que já ultrapassaram a marca de cem mil cópias. Visitou favelas, presídios e coleciona histórias de conversões por intermédio do seu samba/pagode. “Já vi bandidos numa favela serem tocados por Deus por meio do samba. É um ritmo popular.” Sempre usando letra fácil – seus maiores hits são “Dono da Boca” e “Pão com Jesus” –, Waguinho, quando não está em viagem se apresentando, está trabalhando em uma clínica de recuperação na Baixada Fluminense.

Diferente dos demais, Emerson da Costa nasceu em lar evangélico. E foi dentro da igreja que foi descoberto, aos 17 anos, pelo integrante do Pique Novo, isso em 1997. Participando da primeira formação do grupo, Emerson gravou sete CDs e um DVD. Conquistou o Disco de Ouro e conheceu o que ele chama de família do samba. Hoje, afastado do grupo, se dedica apenas à obra e à Assembléia de Deus em Campo Grande (zona oeste do Rio de Janeiro ). “O que estava no meu coração, eu apresentei a Deus e gravei um CD com louvor para todas as idades. Sem negar minha raiz, é claro!” Emerson acredita na força do samba e espera que Deus quebre toda discriminação com o ritmo. “Esse preconceito do samba nas igrejas vem de uma minoria. No tempo de Deus isso acabará, e todo ser que respira louvará ao Senhor com cavaco, pandeiro, banjo e até o tantã.”


Juninho do Banjo (Katinguelê) começou sua carreira aos 15 anos, já acompanhou grandes nomes como Ivone Lara e Almir Guineto, mas também foi mendigo, usou cocaína e crack e em 2005 gravou o CD Filho de Deus

MALANDRAGEM QUE VEM DE BERÇO

Para Bezerra da Silva, durante muito tempo “malandro era malandro e mané tinha que ser mané!” Ele cantava os problemas sociais na mesma proporção em que debochava de relacionamentos familiares. Nascido em 23 de fevereiro de 1927, em Recife, Bezerra gravou seu primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois. Implicava com a sogra, gostava de uma malandragem e se divertia com conflitos da sociedade. Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou o suicídio e foi “salvo” por um orixá da umbanda, da qual se tornou praticante até, em 2001, ingressar na Igreja Universal do Reino de Deus. Em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Morreu em 2005, aos 78 anos de idade.

A história de Bezerra da Silva continuou na voz de seu filho, Thálamy Bezerra da Silva, o Tuca. Nascido no meio do samba, Tuca acompanhou de perto a carreira do pai. Músico desde os 14 anos, ele acumula várias experiências no mundo da música: fez participações em discos de grandes nomes da MPB, como nos songbooks de Chico Buarque e Beth Carvalho. No melhor estilo samba groove, uma vertente do samba com batida black, lançou CD no primeiro semestre de 2007. Apesar de ter lançado um CD secular, o filho de Bezerra da Silva se converteu há cerca de um ano e freqüenta a Igreja Pão da Vida, em São Paulo. Segundo amigos, ele estuda o lançamento de um CD evangélico.


TIPOS DE SAMBA
Nem todo samba é igual. Entenda os porquês.

Samba comum

É caracterizado por uma seção de ritmo contendo a marcação, geralmente do surdo ou tantã. O “coração do samba”; e seu núcleo mais importante é geralmente reconhecido como cavaco e pandeiro. O cavaquinho é a conexão entre a seção de harmonia e a seção de ritmo, e costuma ser reconhecido como um dos instrumentos harmônicos mais percussivos existentes.

Partido alto

Esse termo é utilizado para denominar um tipo de samba que é caracterizado por uma batida de pandeiro altamente percussiva, com uso da palma da mão no centro do instrumento para estalos. A harmonia do partido alto é sempre em tom maior.

Pagode

Hoje é a forma de samba que se difunde entre as periferias dos centros urbanos do Brasil, surgida nos anos 1980 com a introdução de três novos instrumentos, o banjo, o tantã e o repique de mão. Usualmente é cantado por uma pessoa acompanhada por cavaquinho, violão e pelo menos por um pandeiro. As letras são descontraídas, falam normalmente de amor ou qualquer situação engraçada.

Neopagode

É uma nova modalidade de pagode surgida nos anos 1990 que se mistura com axé music. Esse derivado do samba, portanto, apresenta elementos do axé como tamborins baianos, agogô e, às vezes, berimbau metalizado, apesar de manter os instrumentos do pagode.

Samba de breque

Hoje um gênero morto. As músicas do samba de breque eram intercaladas com partes faladas, ou diálogos. Os cantores, necessariamente, tinham um excelente dom vocal e habilidade de fazer vozes diferentes. As letras contavam histórias e eram jocosas.

Samba reggae

É um estilo de samba que teve origem na Bahia no ano de 1998. Na década de 1980 havia manifestações culturais de batidas latinas misturadas com axé music e melodias parecidas com reggae, porém isso não foi suficiente para definir o estilo.


INTERNACIONAL

Novos números e realidades
Pesquisa sobre Bíblia
Maurício Zagari

A maior organização mundial de tradução da Bíblia, a Wycliffe Bible Translators, divulgou estatísticas atualizadas sobre a presença das Sagradas Escrituras no planeta. Dentre as novidades:
• Em 2007, 55 milhões de pessoas ganharam pela primeira vez porções da Bíblia em suas próprias línguas;
• 193 milhões de pessoas, que falam 2.251 idiomas, ainda não têm a tradução da história do nascimento de Jesus em suas línguas;
• Em média, a cada ano, começam 74 novos projetos de tradução da Bíblia.
A Terra tem 6,5 bilhões de habitantes, que falam 6.912 idiomas e dialetos.

BRASILEIROS: OS MAIS RELIGIOSOS DO MUNDO
Parece uma boa notícia: o Brasil está entre as quatro nações mais religiosas do mundo. Segundo uma pesquisa feita em 21 países pela fundação alemã Bertelsmann, mais de 96% da população da Índia, Nigéria, Marrocos e Brasil professam crenças espirituais. Interessante é notar que as nações do chamado Terceiro Mundo – aquelas mais pobres e das quais nós, brasileiros, fazemos parte – são mais religiosas do que as mais ricas, de Primeiro Mundo, com exceção dos EUA. Lá, 89% da população se considera religiosa. Na Alemanha, Áustria e Suíça, esse índice cai para 70%. Os países mais religiosos da Europa são Itália e Polônia, ambos de maioria católica, com 87%. A lanterninha ficou com a Rússia, com 50%. Como disse lá no começo, os 96% de religiosos do Brasil apenas parecem ser uma boa notícia, pois é bom lembrar que os evangélicos ainda são uma minoria: somente 15,4% dos brasileiros, segundo o censo de 2000 do IBGE.

TONY BLAIR SE CONVERTE AO CATOLICISMO
Depois de uma vida inteira como membro da Igreja Anglicana, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair se converteu à Igreja Católica Apostólica Romana. A declaração de conversão do homem que levou a Inglaterra à Guerra do Iraque ocorreu numa missa em uma capela de Londres, informou o cardeal Cormac Murphy-O'Connor. ''Por muito tempo ele tem freqüentado a missa com sua família e, nos últimos meses, seguiu um programa de catecismo para sua recepção em plena comunhão. É um momento de muita alegria'', afirmou o religioso. A esposa de Blair, Cherie, é católica e seus dois filhos freqüentaram escolas católicas. O ex-primeiro-ministro esteve com o papa Bento XVI, no Vaticano, em junho. Durante os dez anos em que esteve à frente do governo britânico, Blair evitou falar sobre sua fé, para evitar conflitos.



DESCOBERTA MURALHA QUE NEEMIAS CONSTRUIU



Todos conhecemos a história: quando voltou do cativeiro babilônico, Neemias liderou a reconstrução dos muros de Jerusalém. Esse relato agora ganha comprovação científica pelas mãos dos arqueólogos da equipe de Eliat Mazar, chefe do Instituto de Arqueologia do Shalem Center, em Israel. A descoberta ocorreu por acaso, durante a tentativa de salvar uma torre que estava sob risco de desabamento. Artefatos como vasos e pontas de flechas encontrados sob o piso da torre sugerem que um trecho de muro próximo e a própria torre são do século 5 a.C., a época de Neemias.

ROUBARAM O PREPÚCIO DE JESUS?


Na Idade Média, virou uma febre entre católicos a veneração de supostas relíquias. Eram pedaços de ossos, madeira, tecidos e outros materiais que seriam nacos de corpos de santos católicos mortos, lascas da madeira da cruz em que Jesus foi crucificado, frascos com o sangue de santos e muitas outras coisas – em enorme maioria, falsas – que eram vendidas a peso de ouro. Pois o escritor americano David Farley decidiu escrever um livro sobre o que seria a relíquia mais bizarra de todas: o prepúcio de Jesus. Venerado como algo sagrado, o pedaço de pele (sabe-se lá de quem) foi guardado como o bem mais precioso do vilarejo italiano de Calcata até 1983, quando sumiu misteriosamente. Na ocasião, foram acusados satanistas, neonazistas e até o Vaticano. Agora, a história do peculiar objeto vai ganhar um livro só seu, pelas mãos de Farley. Será que vem um novo Código Da Vinci por aí?

HOTÉIS SUBSTITUEM BÍBLIAS
POR CAMISINHAS
Sabe aquelas Bíblias que você encontra nas gavetas ou sobre as mesas dos quartos de hotéis toda vez que viaja? Pois elas estão em risco de extinção. A Associação Americana de Hotelaria e Alojamento revelou que a oferta de material religioso em hotéis de luxo caiu 18% desde 2001. Em seu lugar, camisinhas, jogos com orientações sexuais e kits com produtos íntimos.
Segundo o ministério internacional Gideões, maior fornecedor de Bíblias para hotéis do mundo, cada exemplar posto em um quarto de hotel tem o potencial de alcançar até 2.300 pessoas em um período médio de seis anos, e cerca de 25% dos viajantes lêem as Escrituras que encontram em seus locais de hospedagem.
O Soho Grand Hotel, em Nova York (EUA), é um dos estabelecimentos que aboliram a presença do Livro Sagrado. ''A sociedade está evoluindo, e as novas gerações não têm interesse em ler a Bíblia. Além disso, não podemos agradar apenas ao público cristão e teríamos de oferecer o Alcorão, a doutrina de Buda e outros livros religiosos'', informou a direção do hotel.


ESCULTURAS RETRATAM HISTÓRIAS BÍBLICAS
A Shandon Baptist Church, em Columbia (EUA), inaugurou a primeira de uma série de esculturas de bronze com temas bíblicos. Jonas e o peixe foram a inspiração da primeira obra.


ZÂMBIA, PAÍS CRISTÃO


“Nosso país agora é uma nação cristã.” A frase, pronunciada por ninguém menos que a primeira-dama de Zâmbia, reflete o momento pelo qual passa o país africano. O principal marco desta nova fase foi o batismo do presidente Levy Mwanawasa e a conversão de sua esposa, Maureen. ''Declaramos Zâmbia um país cristão. Dá para ver como estamos espiritualizados e dependentes de Deus'', afirmou Maureen. A afirmação foi feita durante um congresso organizado para discutir o combate à Aids na nação.

VAPT-VUPT
• Três em cada quatro americanos crêem no nascimento virginal de Jesus, segundo reportagem do jornal The Christian Post.
• A organização AH Trust informou a decisão de investir o equivalente a R$ 15 milhões na construção de um parque temático para promover o criacionismo na Inglaterra. As instalações terão um estúdio de TV para a produção de filmes e programas de televisão com temática cristã.
• Cerca de 30% dos recém-formados em seminários batistas nos EUA – e que vão compor a próxima geração de pastores – se consideram calvinistas. Ou seja, crêem que Deus predestina uns para a salvação e outros para o inferno.
• O biólogo Nathaniel Abraham foi demitido do Instituto Oceanográfico de Woods Hole (EUA) por defender o criacionismo em vez do darwinismo. O pesquisador vai processar a instituição.


FRASE DO DIA
“Uma vez que você entende a seriedade do pecado, percebe que Jesus é o único caminho para o Pai.”
Rev. Erwin Lutzer, pastor da Moody Church, em Chicago, comentando a afirmação da mais famosa apresentadora de TV dos EUA, Oprah Winfrey, para quem “Deus está mais interessado em nossos corações do que se cremos ou não em Jesus”.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Ela vem como vereadora?


Sirley Dias é pré-candidata

“Não prometo nada”, adianta Sirley Dias, que, assim como a grande massa da população carente de sua região, está desapontada com a política e as promessas de melhorias não cumpridas. Essa insatisfação, atrelada ao histórico de Sirley ter sido vítima da violência e da desigualdade social, levou a diarista espancada por “pitboys” da Barra da Tijuca, em junho do ano passado no Rio, a alcançar vôos mais altos e tentar uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio.

O convite partiu do senador Marcelo Crivella (PRB), partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Sensibilizado com o caso e a exposição da diarista que foi espancada por cinco jovens, quando esperava por um ônibus para ir a uma consulta médica em Imbariê, bairro de Duque de Caxias (RJ), o senador convidou Sirley a disputar uma vaga. “Não sou oportunista”, frisa a diarista, que, devido às dores, pode ter de operar o braço direito. O motivo do roubo e da agressão, segundo os jovens, foi que eles haviam confundido Sirley com uma prostituta. Dias depois do caso, ela, que é membro da Igreja Assembléia de Deus, disse que perdoou os jovens e, na entrevista à Enfoque, comentou que a atitude dos filhos é fruto da omissão dos pais.

Apesar de morar em um distrito de Duque de Caxias, o título de eleitor da diarista é do Rio de Janeiro. Por ter tido uma vida difícil, já que teve de vender cachorro-quente para complementar a renda e ajudar a mãe, Sirley não terminou os estudos. O que a pré-candidata não teve em sua vida, quer que o seu próximo tenha: acesso à saúde e educação de qualidade e, é claro, mais direitos para as empregadas domésticas. “Quero usar toda a minha experiência de vida para trabalhar por mais recursos para hospitais e escolas. Sei o que é ir ao posto de saúde atrás de um pediatra e não ter médico”, afirma a empregada, que ainda aguarda definição do partido e que, se eleita, será daquelas parlamentares que colocam “a mão na massa”. “Sei que serei uma formiguinha no meio do oceano.”

Evangelismo proibido

Brigas e polêmica nos trens de SP

Cerca de 870 mil pessoas utilizam, diariamente, os trens de São Paulo. São 272 km de vias, em seis linhas interligadas, que atendem 22 municípios da Grande São Paulo. Nesses meios de transporte, há sonhos e frustrações. Pessoas inquietas, sem paz de espírito ou cheias de expectativas com relação ao futuro. E é para alcançar esse público que age a Cruzada Evangelística Interdenominacional Trem das Boas Novas – um grupo que realiza um trabalho evangelístico nos trens da capital. Depois de vinte anos realizando esta ação, bastante elogiada e que já ajudou a salvar vidas, o grupo está sofrendo impedimentos pela direção da própria Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) – autarquia que administra a linha. A confusão, que já parou na polícia, deve ser resolvida apenas na Justiça.


Vereador Carlos Bezerra Júnior e pastor Marcelo Silva conversam com representantes da CPTM sobre extinção do evangelismo. A atitude, considerada arbitrária pelos dirigentes, deve ser resolvida na Justiça

O desentendimento começou, segundo o pastor Marcelo Oliveira Silva, diretor da Cruzada Evangelística, após o início da gestão do presidente da CPTM, Álvaro Cardoso Armond. Há cerca de seis meses aumentou o número de retaliações aos irmãos, que, de forma grosseira, estão sendo expulsos dos vagões. A justificativa da CPTM é que os usuários estão reclamando do trabalho e a companhia segue o decreto federal nº 1832 de 04/03/96, que não permite esse tipo de ação. “Todos os nossos missionários têm identificação, e eles são supervisionados por um líder. Nosso trabalho é sério”, defende-se o pastor, que acusa a CPTM de colocar policiais à paisana vigiando os missionários, e mais: expulsando-os dos trens com violência. A Cruzada afirma que há cerca de 15 boletins de ocorrência devido a agressões e cárcere privado. O próprio presidente da Cruzada ficou preso numa pequena sala e foi impedido de ir para o trabalho.

O pastor desmente que haja reclamações referentes à ação do grupo. “Há evangelismo, música e até confraternizações em datas especiais. A população aprova. Centenas de pessoas já foram transformadas e algumas encaminhadas para clínicas de recuperação de drogas”, conta. Através de uma audiência, requerida pelo vereador Carlos Bezerra Júnior (PSDB), foi solicitada à direção da CPTM uma cópia das reclamações.

Na audiência, que tenta um acordo entre evangélicos e governo, foi sugerida a criação de uma comissão para ajudar no trabalho. “Impedir iniciativas como essa é antidemocrático. Não se pode cercear nem tratar com brutalidade cidadãos que estão professando sua fé de forma pacífica”, critica. Após a reunião, foi encaminhado à CPTM um documento solicitando a garantia de que a Cruzada Evangelística não seja alvo de truculência policial novamente.


Pastor Marcelo Silva mostra a dezena de boletins de ocorrência devido a agressões em trens da CPTM

Com base nas declarações da assessoria de imprensa da Companhia, chegar a um consenso não será tarefa fácil. Em nota, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos explica que é proibida a realização de pregação religiosa no interior dos trens, assim como qualquer outra atividade que cause transtorno aos usuários. A nota vai além e afirma que antes da adoção de medidas regulamentares à pregação religiosa no interior dos trens e estações, a CPTM, voluntariamente, visitou várias igrejas evangélicas para informar sobre essa legislação, esclarecer dúvidas e solicitar a colaboração de todos para pôr fim a essa prática que gera, por dia, dezenas de reclamações à companhia. Sobre a agressão aos evangélicos, a assessoria nega. “Os agentes seguem conduta determinada pela companhia e todas as ocorrências são notificadas à gerência responsável pela área”, finaliza. De posse das declarações, a direção da Cruzada Evangelística Interdenominacional Trem das Boas Novas promete ir à Justiça para garantir a realização do trabalho evangelístico.

NO RIO, EMPRESA APÓIA INICIATIVA

Também realizado há vinte anos, o projeto Evangelismo nos Trilhos, realizado no Rio de Janeiro, tem o apoio da SuperVia – empresa que administra o sistema viário. Todos os dias, uma equipe, em horários específicos, distribui panfletos, promove momentos de oração e cânticos. Há também o tradicional aniversário do horário. Num dia do mês, numa determinada hora, é realizado um momento de confraternização com bolo e guaraná. “Resultados? Eu, pessoalmente, já presenciei pessoas entregando suas vidas a Jesus Cristo e confessando-O como Salvador, assim como vi também pessoas afastadas se reconciliando com Jesus”, relata o técnico em Informática Ronald Rosa, membro da 2ª Igreja Metodista Wesleyana em Nova Iguaçu, coordenador de um dos projetos. A SuperVia, para não incomodar os outros usuários do sistema, cedeu um vagão para o Evangelismo nos Trilhos.


OW OBRIGADO PELA VISITA, LEMBRE-SE ABAIXO DE TODAS AS POSTAGENS TEM UM CHAT BEM LEGAL.

Crescimento em Brasília


Uma em cada cinco pessoas é evangélica

Planejada por Oscar Niemeyer, a pedido de Juscelino Kubitschek, para ser a nova capital da República, Brasília é a capital do poder. No entanto, muito em breve, a região localizada no Centro-Oeste do país poderá ganhar outro título: a capital dos evangélicos. A afirmação tem como base uma pesquisa recente, encomendada pelo Conselho de Pastores do Distrito Federal, que mostra que um em cada cinco brasilienses é evangélico.

O resultado, considerado animador, mostra um outro lado de uma região que respira política. Pelo levantamento do Conselho de Pastores do Distrito Federal (Copev-DF), a comunidade evangélica congrega ali 600 mil pessoas, representando 25% da população. “Somos pioneiros com 37 anos de história. Hoje, com várias outras instituições e muitas igrejas independentes, conseguimos manter a unidade entre duas mil igrejas, líderes pastores e bispos de diferentes denominações”, comemora o presidente do Copev-DF, Josimar Francisco Souza, afirmando que os maiores shows e concentrações religiosas ocorrem por meio dos evangélicos.

A expansão de fato aconteceu na última década. Em 2000, por exemplo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 400 mil evangélicos, cerca de 18,7% da população. Havia apenas 3,6 mil templos. Hoje são 4,7 mil templos localizados em diversos pontos da capital. Outro fator que ajudou foi a migração religiosa. Desde que foi registrada a forte presença dos evangélicos na capital, o número de centros espíritas e trabalhos esotéricos reduziu de 2,6 mil para 1,5 mil pontos. Uma mudança expressiva para a região que já carregou o rótulo de capital do esoterismo.


“Hoje conseguimos manter a unidade entre duas mil igrejas, líderes pastores e bispos de diferentes denominações”, comemora o pastor Josimar Francisco Souza, afirmando que os maiores shows e concentrações religiosas ocorrem por meio dos evangélicos

A justificativa vai além do boom dos evangélicos em todo o Brasil, apontado no Censo de 2000 do IBGE. Uma das causas, segundo os especialistas consultados por Enfoque, deve-se ao forte trabalho social que as igrejas evangélicas fazem e o investimento pesado em comunicação. Para se ter noção, Brasília, que está entre as dez cidades com maior concentração de evangélicos, abriga geradoras de rádio e TV. Dentre elas, a Rede Sara Brasil e a TV Gênesis, ambas da Igreja Sara Nossa Terra.

Outra explicação é a grande participação política e social. É o que acredita o bispo da Igreja Sara Nossa Terra e deputado federal Robson Rodovalho. Para ele, é natural, devido à proporção numérica, que os evangélicos conquistem tratamento diferenciado, principalmente na parte política. “Os evangélicos precisam ocupar espaço na sociedade. Precisam participar mais da educação, das artes e da política.” Mas não é o que acontece. Na cidade, onde as grandes decisões são tomadas para o país, já que em Brasília é onde ficam o presidente, deputados e senadores, o Copev reclama não receber apoio. “Isso não nos incomoda.
Precisamos mesmo é depender de Deus”, rebate Jocimar Souza, que tem um departamento dentro do Conselho de Pastores para cuidar dessa relação. Para o pastor, a atuação da igreja evangélica, principalmente nas áreas sociais, é forte, apesar de não ter nenhum tipo de incentivo.


Para o bispo e deputado federal Robson Rodovalho, os evangélicos precisam participar mais da educação, das artes e da política, principalmente na região que já carregou o rótulo de capital do esoterismo

No caso de Brasília, a participação social deveria ser ainda mais forte, numa parceria para a criação de uma frente entre as instituições religiosas e o poder público, no sentido de resgatar a cidadania dos mais carentes. Segundo um estudo da Universidade Federal de Brasília, 43% das famílias nos arredores do Plano-Piloto têm renda entre dois e dez salários mínimos. Por conta dessa desigualdade e má distribuição de renda, um bolsão de pobreza foi gerado em torno da região. Sem condições de igualdade, a violência também cresceu no local. “No entorno do DF crescem a pobreza e a violência, mas também cresce a igreja, o povo de Deus”, diz o líder do Copev.

De fato, a igreja tem feito sua parte levando cidadania aonde o Estado não chega. “É preciso levar o pão. Não só a Palavra”, explica a acadêmica Renata Andrade, 26 anos. Freqüentadora da Assembléia de Deus, a estudante de Psicologia realiza trabalhos sociais em parceria com amigos da igreja e da faculdade na Vila Estrutural, um bairro que começou na década de 1960. “A igreja deve ser uma voz profética. Deve sair das quatro paredes e do egoísmo e mostrar um Deus completo”, afirma a voluntária. Na cidade onde a política nem sempre tem trazido notícias positivas, só mesmo a fé em Jesus e a transformação social são capazes de gerar a esperança de que dias melhores virão – a partir da capital do poder para todo o país.


domingo, 27 de abril de 2008

INTERNACIONAL

Prêmio Dove de Música
Dia 23 de abril será realizada a maior premiação da indústria fonográfica estadunidense voltada para o entretenimento cristão. Os sete indicados para o prêmio principal, ‘’Artista do Ano’’, são Casting Crowns, The Clark Sisters, Natalie Grant, Point of Grace, Skillet, tobyMac e Chris Tomlin. O artista que teve mais indicações foi o vocalista do Casting Crowns, Mark Hall, que concorre em seis categorias.

O Dove Awards é organizado pela Associação de Música Gospel dos EUA.
A lista completa dos indicados está em www.doveawards.com/categories.



JESUS VIRA PERSONAGEM DE MANGÁ
Se você pensar em todos os tipos de bíblias que já viu, vai acabar fazendo uma lista enorme: Bíblia de estudo com letra grande, com letra pequena, de bolso, de luxo, Pentecostal, tradicional, com concordância... é um mundo de possibilidades. Agora chega ao mercado britânico um tipo inédito e controverso de “Bíblia”: em quadrinhos, no estilo do mangá japonês.
A “Manga Bible” alega ser “a primeira adaptação mangá do maior best-seller do mundo”. O ilustrador Ajibayo Akinsiku e o roteirista Akin Akinsiku esperam pegar carona na febre mundial por esse tipo de revista típica do Japão para ocupar uma brecha de mercado. Os frutos dessa idéia questionável só o tempo dirá. Nas Filipinas, a iniciativa da igreja católica foi além: ela transmitirá uma versão digitalizada do Novo Testamento em mangá, via celular, por iniciativa da Conferência Episcopal das Filipinas. O projeto foi realizado pela Comissão Episcopal para o Apostolado Bíblico, visando a uma difusão maior da mensagem cristã para o público mais jovem. “É um jeito de estar perto das novas gerações e do seu modo de comunicar, transmitindo a mensagem do Evangelho de uma maneira divertida, mesmo para quem não pode ir à igreja”, comentou o padre Oscar Alunday.

ESCOTEIROS SÃO AS NOVAS VÍTIMAS DOS HUMANISTAS
Se você não tem acompanhado o noticiário internacional, uma explicação: nos últimos anos, crescem em países como os EUA e a Inglaterra movimentos humanistas ou ateus que têm militado ferozmente para tirar toda e qualquer referência religiosa de meios seculares. Assim, cruzes têm sido removidas de tribunais, orações proibidas em escolas e até placas com versículos bíblicos já foram tiradas de monumentos públicos. Agora, o novo alvo desse movimento são os escoteiros. A Associação Humanista Britânica e a Sociedade Secular Nacional da Grã-Bretanha lançaram uma campanha para que os jovens integrantes do escotismo não mencionem mais o nome de Deus em sua promessa, ‘’juramento’’ que faz parte do processo de iniciação no movimento. Atualmente, os escoteiros ingleses prometem ‘’fazer o melhor em seu dever para com Deus e com a rainha’’. As duas instituições acusam a Associação de Escoteiros de excluir jovens ateus de suas fileiras ao impor a promessa nos termos atuais. A discussão promete render.


NOSSOS MAIORES PERSEGUIDORES
Pelo sexto ano consecutivo, a Coréia do Norte foi apontada pelo ministério Missão Portas Abertas como o país que mais viola a liberdade de religião. Entre os 20 maiores perseguidores do cristianismo, 14 são países de maioria islâmica. Confira o ranking:
1) Coréia do Norte
2) Arábia Saudita
3) Irã
4) Ilhas Maldivas
5) Butão
6) Iêmen
7) Afeganistão
8) Laos
9) Uzbequistão
10) China

AL GORE DECLARA APOIO A CASAMENTO GAY
Quando lançou seu filme sobre aquecimento global, “Uma Verdade Inconveniente”, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore fez estardalhaço e gerou muito bochicho, além de ganhar um Oscar. Agora, ele publicou um vídeo na internet sem nenhum alarde que, no entanto, pode vir a causar muito mais ti-ti-ti. No site Current.com, Gore anuncia seu apoio ao casamento gay. “Penso que homossexuais devem ter os mesmos direitos que os heterossexuais para fazer contratos e se unir em matrimônio. Não entendo por que isso é considerado por algumas pessoas uma ameaça ao casamento heterossexual”, diz.





JESUS PARA PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS

Vote em Jesus! Essa é a proposta do web site “Jesus in 2008”. Mas... como assim?
A idéia é que os internautas entrem no site e deixem suas sugestões sobre como deveriam ser as propostas de campanha de Jesus Cristo caso Ele se lançasse candidato à presidência dos EUA. Com as sugestões, será formatada uma plataforma ideal sobre questões como aborto, Igreja e Estado, educação, meio ambiente, política externa, controle de armas e direitos dos gays. Os criadores da idéia advertem, porém, que as propostas devem ser feitas de acordo com a ética e a moral “do Jesus humano e não do divino” (isso é possível?). Assim, as sugestões devem ser baseadas, apenas, em “fazer a coisa certa”. Entre as regras do site, está a proibição de qualquer tipo de milagre, do proselitismo religioso (“esta é uma proposta política, não um culto”) e de comportamentos agressivos. A iniciativa está, em inglês, no site www.jesusin2008.com.


VAPT-VUPT
• Milhares de doentes de Aids na Etiópia estão se recusando a tomar o coquetel de remédios que combate a doença. Eles acreditam que vão se curar tomando banho com uma “água benta” que, segundo a igreja ortodoxa de Santa Maria, já curou centenas de infectados pelo vírus HIV.

• O aeroporto de West Wales, no País de Gales, cancelou parte dos vôos que decolavam e pousavam em suas pistas entre 10h30 e 11h30 dos domingos para não atrapalhar os cultos realizados na histórica Capela Metodista Blaenannerch, localizada nos arredores.

• O aborto é o principal problema moral dos EUA na opinião dos evangélicos norte-americanos, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Barna.

• Está na pauta de aprovações do parlamento do Irã um projeto de lei que prevê a pena de morte para cidadãos que abandonarem o islamismo.

• A Jordânia aumentou a pressão sobre cristãos estrangeiros que vivem há muitos anos no reino para que deixem o país. Nos últimos 13 meses, pelo menos 27 famílias cristãs já foram expatriadas sem justificativa.

FRASE DO DIA
“Seja qual for o cargo que ocupemos na Igreja, não importa quão alto ele seja na hierarquia, precisamos saber que nosso líder é Cristo”
Ieronymous de Tebas, novo patriarca da Igreja Ortodoxa Grega, em seu primeiro discurso após a posse. Ele substitui o arcebispo Christodoulos, morto recentemente.

Delirious fala à Enfoque


Banda inglesa chega ao Brasil

Criativos, ousados e alternativos. Adoradores extravagantes. Em tudo, revolucionários. A começar pelo nome. “Delirious?”, assim mesmo, com ponto de interrogação para provocar questionamentos e reflexões já à primeira vista. Mas, afinal, que banda é essa? É gospel ou secular?

Para os cristãos que ainda não ouviram falar, vai uma dica: quem nunca cantou “Santo é o Senhor” e “Cantarei Teu Amor para Sempre”, gravada por Aline Barros, ou “A Canção da Alegria”, por David Quinlan? Para aqueles que afirmavam jamais ouvir música cristã, eis a possibilidade de mudar de idéia. Delirious? há mais de uma década rompeu os limites do templo e conquistou seu espaço junto ao mercado secular. Envolvidos pela qualidade dos arranjos e a profundidade literária das letras, não só o povo cristão tem sido cativado pelo rock delirante dessa banda que vem alargando fronteiras e revolucionando não apenas a igreja, mas o pensamento do mercado internacional com relação à música gospel no mundo.

Tudo começou em 1992 quando cinco jovens da pequena Arun Community Church – Littlehampton, interior do Reino Unido – tiveram a incumbência de produzir e tocar algumas canções para o retiro de jovens, realizado anualmente pela congregação. Martin Smith (vocalista), Stu Garrard (guitarrista), Tim Jupp (tecladista), Jon Thatcher (contrabaixo) e Stew Smith (baterista) se empenharam tanto que o povo pediu bis. Dois anos depois, a banda – que já levava o nome do evento – gravava seu primeiro trabalho, um EP* intitulado The Cutting Edge 1. O sucesso fora tão grande que a cada ano um novo projeto era gravado. E vieram The Cutting Edge 2 e 3 e Fore. E junto com eles um sonho. Queriam anunciar o Evangelho além dos templos. Desejavam quebrar preconceitos, aniquilar tabus e inovar, mostrando a todos que na igreja existe arte de qualidade capaz de impactar até mesmo o mundo secular.

Largaram seus empregos para se dedicar com exclusividade à música. Mudaram o nome da banda para Delirious? e, pensando em vôos mais altos, criaram seu próprio selo (Furious?), lançando como gravadora independente o primeiro projeto, intitulado Live & in The Can.

Em cinco anos de trabalho, Delirious? já despertava a atenção do mercado na Europa. Mas foi em 1997, com o lançamento do álbum King of Fools, que a banda se consagrou, comemorando o terceiro lugar dentre os grupos musicais da Grã-Bretanha com maior número de CDs vendidos no ano. Logo surgiram as turnês pela América, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e o projeto, ao vivo, “d:Tour Live @ Southampton”. Em 1999, Delirious? chega ao topo do mercado americano quando seu álbum Mezzamorphis obtém o primeiro lugar entre os mais vendidos dos Estados Unidos.

No ano seguinte, o grupo grava Glo, que continua ascendente, recebendo a reputação de melhor álbum gospel do continente europeu. E os shows, para 30, 60 e até 80 mil pessoas, por todo o planeta, não param. Em outubro de 2001 surge Deeper, uma coleção do melhor de uma década de Delirious?. O single de mesmo nome, lançado anteriormente ao álbum, ocupa a 20ª posição entre as músicas britânicas mais tocadas da Inglaterra, concedendo à banda uma oportunidade pioneira para um grupo musical evangélico.

Em seguida, o grupo se junta ao produtor Chuck Zwicky (Semisonic, Prince, Madonna) para lançar o álbum Audio Lessonover e este, mais uma vez, é sucesso entre os ingleses. Em 2003, Delirious? lança o duplo Access:d, seguido por Lidertad, onde 12 de suas melhores canções são regravadas no idioma espanhol pelo próprio Martin. Mantendo a tradição de gravar um trabalho a cada ano, os roqueiros seguem com World Service (2004), The Mission Bell (2005), Now Is the Time (2006) e, em abril de 2008, irão lançar o álbum Kingdom of Comfort com singles já disponíveis no site delirious.org.uk.

Mas para quem pensa que as produções de Delirious? chegaram ao fim, engana-se. A banda gravou, produziu e participou de diversos outros projetos musicais, entre eles especiais junto ao Ministério Hillsong e Hillsong United da Austrália, como o Unified Praise, e também a canção Healing Rain, com Michael W. Smith, escrita pela própria banda a pedido de Michael.

Resumir em tão poucas linhas o currículo de Delirious?, seus 15 trabalhos, diversos prêmios e troféus – entre eles, o de melhor álbum de adoração em 2004 e 2005 na Europa e Estados Unidos – é missão quase impossível. Secularmente comparado à famosa banda U2 – suas canções também tratam do cotidiano da vida moderna, dos relacionamentos interpessoais, vida com Cristo e questões globais como catástrofes, Aids, fome, aborto, miséria, humanitarismo etc. –, tem recebido apoio pioneiro no mercado secular, sendo, por exemplo, a primeira banda evangélica a disponibilizar, para download, músicas cristãs no iTunes.

Apesar do rótulo, a banda já se apresentou em grandes eventos, como nas turnês de Bon Jovi e Bryan Adams, nas Olimpíadas de Atenas de 2004, no World Youth Day em 2005 – onde o papa esteve presente – e também no Friendshipfest Marrocos para uma verdadeira multidão de muçulmanos.

Em cruzadas evangelísticas, Delirious? já esteve com Joyce Meyer e Reinhard Bonque. Benny Hinn costuma cantar as canções do grupo em suas conferências.

Em pouco mais de 10 anos, a banda já passou por todos os continentes, visitando mais de 100 países. Neste ano, sua turnê está concentrada nas Américas. Entre um intervalo e outro dos shows que realizam nos Estados Unidos, o grupo concedeu esta entrevista exclusiva à Enfoque antes de embarcar rumo ao Brasil para quatro noites de louvor e adoração.

* Extended Play – nome dado a uma gravação em vinil ou CD que é longa demais para ser considerada um compacto e muito curta para ser classificada como álbum.

ENFOQUEComo iniciou o relacionamento da banda com o mundo da música secular e de que forma o rótulo “gospel” contribuiu ou prejudicou no estabelecimento deste processo?

DELIRIOUS? – Sempre tivemos a visão de levar nossa música para fora das paredes da igreja. Por isso, temos sido muito receptivos às oportunidades que surgem em nosso caminho, sobretudo aquelas que facilitam a realização desse sonho. Todavia, nossa experiência com o mundo da música secular ainda é pequena. Talvez, uma das razões pelas quais não atingimos um sucesso ainda maior nesta área é justamente pelo fato de sermos rotulados como “banda cristã”. Em nossa opinião, esse rótulo não ajuda a compreender o que isso significa.

ENFOQUEPor muitos anos, Delirious? pareceu estar dividida entre o fazer música para a igreja ou fazer música para o meio secular. Em uma das entrevistas de Martin no Brasil em 2006, ele chegou a enfatizar que apesar de o mundo tocar algumas de suas canções, a banda não é completamente aceita no mercado secular em função da orientação cristã do grupo. Afinal, qual o futuro da música gospel? Produzir para a igreja ou para o mundo?

DELIRIOUS? – Esta é uma grande questão para a qual muitas bandas cristãs estão à procura de uma resposta. Será que realmente podemos ser bem-sucedidos em ambos os mundos? Nós, particularmente, cremos que muitos adorariam acreditar que existe ou que, pelo menos, deveria existir uma pequena divisão entre o sagrado e o secular. Mas, veja só, mesmo sem trazer o elemento espiritual à discussão, geralmente a música que fazemos no mundo cristão não se encaixa ao mundo secular, da mesma forma que uma canção country ou western não se ajusta ao cenário da música clássica ou hip-hop. Por isso, de muitas maneiras Delirious? tem tido a visão de ingressar no universo da música secular, mas sem muito sucesso. O sucesso que tivemos nessa área é, sem dúvida, em função do apoio do povo cristão que está por trás de tudo isso. Temos certeza de que sempre haverá um grande futuro para a música gospel/cristã se estivermos falando de canções que estarão lá para apontar Jesus. A igreja está em movimento e é uma igreja adoradora. Então sempre haverá canções que expressem essa nossa adoração a Deus. Agora, se você perguntar quanto ao mercado gospel para a venda dessas canções, daí já é uma questão totalmente diferente.

ENFOQUESabe-se que a banda lança um álbum a cada dois anos e um projeto ao vivo a cada ano seguinte. No decorrer desses 18 anos de trabalho, qual a fonte de inspiração para tantas músicas?

DELIRIOUS? – Nossa motivação vem principalmente da vida e dos relacionamentos. Obtemos inspirações em nossas viagens, na leitura de livros e escutando notícias. Mas, de forma mais ampla, abordamos os nossos relacionamentos e, acima de tudo, Deus. Assim, deixamos que tudo aquilo que Ele é e o que somos influenciem nossas canções. Assim, procuramos fazer a nossa parte para ver o reino de Deus realmente estabelecido em todas as áreas da vida.

ENFOQUEMartin e Stu são amplamente conhecidos como os compositores da banda. Mas, ultimamente, algo tem chamado a atenção dos mais detalhistas. Desde o álbum The Mission Bell, as canções deixaram de ser creditadas a Martin ou Stu para serem creditadas à banda como um todo. Algum motivo especial?

DELIRIOUS? – Embora Martin e Stu continuem a ser os principais compositores, acho que todos reconhecem as influências consideráveis que todos os componentes trazem às canções. Isso acontece através de nossas conversas, do tocar junto. Por essa razão, decidimos refletir esta unidade nos créditos das composições.

ENFOQUEHistoricamente, boa parte dos álbuns lançados pela banda tem obtido sucesso imediato nas primeiras semanas. Qual a estratégia utilizada para tornar esses projetos tão conhecidos, chegando às paradas de sucesso antes mesmo do lançamento?

DELIRIOUS? – Geralmente, lançamos singles (uma música demonstração) para ajudar a trazer visibilidade para um álbum que será lançado, e isso acontece principalmente em territórios que tenham uma presença marcante de rádio. Ultimamente, nossa estratégia tem sido mais global. Disponibilizamos uma ou duas músicas para download em nosso website e, assim, pessoas em todo o mundo têm a chance de ouvir um material novo.

ENFOQUEAté hoje, ao que parece, a música gospel tem sofrido uma forte resistência do mundo secular. Como pioneiros neste nicho, como a igreja poderia melhor utilizar a música para influenciar o mundo?

DELIRIOUS?– Há muitas maneiras de os cristãos influenciarem o cenário musical. Há pessoas que estão escrevendo canções focadas apenas na igreja, outras pensando naquelas que estão fora dela. Às vezes, pelo fato de falarmos diferentes línguas, parece que precisamos escrever essas canções de formas diferentes. Mas, de maneira geral, entendemos que parte do insucesso do povo cristão no mundo secular se deve ao fato de que eles estão tentando usar sua música demasiadamente com o intuito de pregar o Evangelho. É preciso considerar que nosso exemplo de vida também fala às pessoas, e, com isso, nossas canções não precisam dizer tudo. É importante ressaltar que há muitas canções que carregam a presença de Deus sem necessariamente pregar às pessoas.

ENFOQUEAs canções do Delirious? são conhecidas por serem um mix de rock com literatura. Há um preparo especial que demande mais tempo no processo de composição, já que a visão da banda é atingir o mercado secular?

DELIRIOUS? – Letra e melodia são importantes, não importa o tipo de pessoa para a qual elas estão sendo escritas. Certamente, o processo de escrita não deveria demandar mais do nosso tempo quando o assunto é não-cristãos, sobretudo se estivermos dando o nosso melhor em todas as canções que escrevemos. Se pensarmos naqueles que ainda não conhecem a Jesus, então deveria ser muito mais fácil, ainda mais se estivermos levando a sério nossa missão aqui na terra.

ENFOQUENesses quase 20 anos de experiência ao redor do mundo, o que diriam sobre a teoria de que a música pode mudar a história de uma nação?

DELIRIOUS? – Não estamos convencidos de que a música pode mudar a história de uma nação. Entendemos que somente as pessoas podem fazer isso. E pessoas que possuem o Espírito Santo têm muito mais chances. Como banda, reconhecemos que a música pode ser uma grande influência e, por isso, queremos que nossa música contribua para mudar as pessoas, para daí, então, talvez mudar uma nação.

Os cinco rapazes da banda Delirious? deixaram seus empregos para se dedicar exclusivamente à música. O grupo já visitou mais de 100 países e é comparado ao U2

ENFOQUEQual a opinião de vocês sobre a música gospel no mundo?

DELIRIOUS? – Está vagarosamente evoluindo, mas também temos que lembrar que há muitos cristãos que estão fazendo belíssimos trabalhos musicais. Eles apenas não operam sob o rótulo de música gospel.

ENFOQUENo Brasil, alguns cantores gravaram suas canções, como David Quinlan, Aline Barros etc. Vocês já ouviram essas versões?

DELIRIOUS? – Ainda não as escutamos, mas é realmente encorajador saber que outras pessoas estão usando nossas músicas, particularmente se elas o fazem em seus próprios idiomas. Isso é ótimo.

ENFOQUEComo conciliar família e uma agenda lotada de shows em todo o mundo?

DELIRIOUS? – Tentamos estabelecer uma regra de não ficarmos longe de casa mais do que 10, 12 dias, e que faríamos isso, no máximo, quatro vezes ao ano. No restante do tempo, nossas viagens são geralmente inferiores a uma semana.

ENFOQUEEsta é a segunda vez que vocês vêm ao Brasil. A primeira no Brasil Jovem 2006. Qual a expectativa para os shows?

DELIRIOUS? – Esperamos ansiosamente por este reconectar com as pessoas e também poder tocar novas canções de nosso álbum Kingdom of Comfort, que será lançado em abril. Nós amamos o povo brasileiro e realmente esperamos que sejam momentos maravilhosos.

ENFOQUEPara finalizar, mandem um alô ao povo do Brasil.

DELIRIOUS? – Muito obrigado por nos recepcionarem de forma tão calorosa no país de vocês. Para nós, isso é um privilégio, ter a chance de vir e tocar nossa música com todos vocês. Voltaremos assim que possível. Obrigado.

Agradeço pela sua visita, estou me esforçando pra postar assuntos interessantes.
Se quiser, deixe recado ficarei muito alegre. Abraços fique com Deus, até o próximo post.

Seu casamento pode durar


Saiba de que forma

O programador Diego, 21 anos, e a jornalista Fabiana Almeida, 27, estão noivos e vão casar no dia 24 de maio. Desde que começaram a namorar, no ano retrasado, o trato entre os dois era estruturar a vida profissional até o dia do casamento. Agora que a questão financeira está resolvida para os dois, não há mais motivos para adiar o sonho branco: o casal vai consolidar os votos no altar, diante da família e convidados, e efetivar o chamado casamento de “papel passado”.

O discurso parece retrógrado, mas Diego e Fabiana representam a realidade da maioria, e não o contrário. Estatísticas demonstram que o casamento ainda é a preferência dos brasileiros. Mesmo em tempos em que o sexo entre pessoas solteiras é cada vez comum, muita gente ainda faz questão da legalidade da união civil. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que o número de casamentos realizados no Brasil prosseguiu em franca expansão em 2006.


A harmonia entre David e Helenir Vieira só aconteceu depois de muito diálogo e mudança de atitude em relação às divergências e particularidades de cada um, mesmo que ainda existam conflitos de idéias

A pesquisa contabilizou um total de 889.828 casamentos realizados no Brasil, número 6,5% maior do que o apurado no ano anterior. A constatação confirma uma tendência de crescimento nos índices de casamentos que vêm sendo registrados no país desde 2002.

O mais curioso é que 85,2% do total de casamentos realizados ocorreram entre solteiros. Destes, 30% estão na faixa etária de 20 a 24 anos, no sexo feminino, e 25 a 29 entre os homens. Traduzindo os números: os jovens continuam se lançando de cabeça nesse modelo de família.

Para Diego e Fabiana, o matrimônio não representa uma “instituição falida”, profetizada por muitos especialistas contemporâneos, mas, sim, a forma ideal de se constituir uma família. “É a instituição que Deus criou”, define a jovem. “E, antes de mais nada, não cremos que o casamento seja apenas uma assinatura de contrato de acordo com a lei dos homens. Mas uma união abençoada por Deus, que foi quem instituiu o casamento em Gênesis”, acrescenta o rapaz.

Após trocarem as alianças, o casal terá outro desafio: multiplicar a família depois de alguns poucos anos de união. “Somos loucos para sermos pais. Planejo esperar uns três anos para curtirmos um pouco mais a vida a dois, embora o Diego peça para diminuirmos esse prazo”, revela Fabiana. Para Diego, o quadro de sua família está bem claro: “Casados, felizes, com dois filhos e aproveitando todas as bênçãos que Deus reservou para a nossa família”.

O GARGALO DO DIVÓRCIO

Mas, apesar de tantos adeptos do casamento, nem tudo são flores. A vontade de ficar ao lado de quem se ama parece transpor todas as barreiras no início da união. No entanto, a realidade dos matrimônios no Brasil não tem sido tão florida assim. Desde que o divórcio foi instituído no país, há exatamente 30 anos, a prática da separação tem sido o principal recurso para “resolver” os problemas de relacionamento conjugal. No início, vêm os votos, o amor, a paixão, o sexo... Depois, as responsabilidades, incompatibilidades, a questão financeira e, por fim, a separação acaba minando o sonho branco de muitos casais.

O percentual de divórcios ainda é maior do que o número das uniões no país. O número de separações judiciais cresceu 1,4% no Brasil em 2006, em relação ao ano anterior. Já o número de divórcios aumentou 7,7% no mesmo período. Ou seja, as pessoas continuam se casando, mas o ideal de “até que a morte os separe” não é mais alcançado. Parafraseando o poeta Vinicius de Moraes, em seu famoso “Soneto da Fidelidade”, o que vale na sociedade atual é a intensidade, não a longevidade da relação.

A pesquisa ainda revelou que é crescente a proporção de casamentos entre indivíduos divorciados com cônjuges solteiros. O percentual de homens divorciados que casaram com mulheres solteiras passou de 4,2% do total de casamentos realizados no país em 1996, para 6,5% em 2006. Também houve aumento do percentual de casamentos entre cônjuges divorciados: de 0,9% em 1996 para 2,2% em 2006.

Mais uma vez, os dados mostram que o casamento continua sendo perseguido mesmo entre aqueles que já viveram uma decepção conjugal. “As pessoas estão descobrindo que é impossível ser feliz sozinho. Daí a procura por valores que sempre deram certo. Aquilo que era ultrapassado está se tornando moda outra vez”, explica o pastor Silmar Coelho, casado há 31 anos e pai de quatro filhos, doutor em Teologia e Liderança pela Universidade Oral Roberts, nos Estados Unidos.

Apesar dos esforços, é consenso que o grande desafio dos casamentos atuais não está na união em si, mas na longevidade das relações. O IBGE constatou que o tempo médio de vida conjugal dos casais no Brasil é de 12 anos, e a maioria se separa quando está na casa dos dois anos de relacionamento. “Infelizmente, está havendo uma banalização do casamento como instituição divina, e isso é prejudicial para a sociedade”, acredita o pastor e terapeuta familiar Josué Gonçalves, do Ministério Família e Graça. Ele acrescenta que o problema crucial do casamento nos tempos modernos está na falta de tempo com qualidade e no “amor sacrificial”.


“Há casos em que as discussões se tornam muito repetitivas, e o casal não consegue romper o ciclo vicioso”, observa Fábio Damasceno, coordenador do Instituto Integração Família, ao lado da esposa

Segundo Gonçalves, grande parte das pessoas se casa sem nenhum preparo para viver a vida como Deus planejou para ser vivida. “Hoje, a ênfase é naquilo que é descartável, inclusive quando se trata de relacionamento. Não há profundidade no compromisso entre as pessoas.

A maioria se casa sem ter a mínima noção do que significa uma ‘aliança’, ‘um pacto’. Pergunte para alguns casais de noivos por que eles estão se casando e não se assuste com as respostas. Pergunte para esses casais se eles sabem o que é uma ‘aliança’”, afirma.


Pastor Sebastião Carvalho e esposa: ambos são líderes do Ministério Casados para Sempre, instituição que atua no aconselhamento para a família em 96 países há 25 anos
AUTOCONHECIMENTO

No dia-a-dia dos matrimônios, o que se verifica é que as crises giram em torno de palavras-chave como dinheiro, comunicação, filhos, sexo, responsabilidades, embora não exista uma única fórmula que resolva todos esses problemas conjugais. Mas, antes mesmo de se casar, é preciso entender sobre si mesmo.

“A gente precisa entender qual é a raiz dos problemas. Muitas vezes, as pessoas estão casadas com o passado. Elas não se conhecem, não se entendem, não sabem qual expectativa têm com relação ao outro e cobram do outro algo que nem mesmo sabem o que é”, explica a terapeuta de casais Elizabeth Pimentel.

As questões de ordem financeira geram igualmente muitos contratempos no casamento, principalmente numa sociedade em que as mulheres também levam o sustento para casa. O dinheiro sempre foi a “causa” do sucesso ou do fracasso de muitos relacionamentos. No entanto, as dicas para enfrentar essa questão são bem razoáveis. O primeiro conselho segue a linha do bom senso. Josué Gonçalves aconselha: “É vital para o matrimônio que o homem e a mulher saibam ganhar e administrar o dinheiro. O equilíbrio financeiro contribui para o bem-estar do casal”.



RETRATO DAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
EM ALTA
85,2% do total de casamentos realizados em 2006 foram entre solteiros
30% desses solteiros são jovens entre 20 a 29 anos
27% dos casais estão juntos há mais de dez anos e menos
de vinte
O número de casamentos cresceu 6,5% em 2006, comparado ao ano anterior

EM BAIXA
O número de separações judiciais cresceu 1,4% no Brasil em 2006 em relação ao ano anterior. O número de divórcios aumentou 7,7% no mesmo período
O porcentual de homens divorciados que casaram com mulheres solteiras passou de 4,2% do total de casamentos realizados no país em 1996, para 6,5% em 2006
O índice de casamentos entre cônjuges divorciados cresceu de 0,9% em 1996 para 2,2% em 2006

Fonte: IBGE

Dependendo do caso, a divisão das rendas pode gerar contenda entre marido e mulher na distribuição dos pagamentos. Logo, a dica é que os dois façam um só caixa no fim do mês para pagar todas as despesas. “Não dá para dizer ‘meu dinheiro e sua dívida’, e, sim, ‘nosso dinheiro e nossa dívida’. O acordo tem de fazer parte de todas as decisões e aquisições do casal. Separar o dinheiro é o início da separação do casamento”, sentencia o pastor Sebastião Carvalho, treinador de líderes do Ministério Casados para Sempre, instituição que atua no aconselhamento para a família em 96 países há 25 anos.


O DIVÓRCIO E A RELIGIÃO NO BRASIL
A Lei do Divórcio completou 30 anos em dezembro. Antes da aprovação da Lei n° 6.515, de 26 de dezembro de 1977, só havia o desquite, que permitia a separação voluntária do casal depois de dois anos de casamento.

Atualmente, até os cartórios já podem realizar a separação quando há consenso entre o casal, e o processo pode levar apenas 15 dias para ser dissolvida a união. A novidade veio com a Lei 11.441/07, sancionada pelo presidente Lula. A única exigência é que o casal tenha mais de um ano separado e não possua filhos menores ou deficientes.

A opinião da sociedade brasileira também mudou com o passar desses anos. Uma pesquisa do Datafolha revelou que chega a 71% o percentual de pessoas que se dizem favoráveis à dissolução do casamento. Dentre os católicos, o índice sobre para 74%. Até mesmo os evangélicos formam maioria quanto à aprovação do divórcio: são 59% entre tradicionais e pentecostais.

RESPEITO ÀS OPINIÕES

A convivência a dois também pode encontrar travas pelo caminho. Nesses casos, o egocentrismo e a falta de diálogo são apontados como principais entraves na construção de uma boa relação. Muita gente se casa e continua com a cabeça da época de solteiro, quando tudo girava em torno dos seus interesses e, às vezes, a pessoa demora a se tornar um cônjuge. O conselho para quem vive esse impasse é aprender a dialogar com o outro e descobrir o que agrada o parceiro, “mesmo que isso signifique renunciar à sua própria vontade”, adverte Sebastião Carvalho.

Um exemplo claro desse problema aconteceu com Helenir Vieira, 48 anos, no início do seu casamento com David Reis, 54. Romântica confessa, ela esperava receber mais carinho, embora David nunca tivesse apresentado esse lado igualmente romântico. Resultado: instalou-se a primeira crise do casal. “Quando casei, imaginava um mar de rosas. Sei que cada pessoa tem natureza diferente. Mas, na época, não pensava assim. Sou melosa, gosto de ficar abraçando, e queria que ele fosse assim também. Mas o David sempre foi muito calado. Isso me causou muito impacto. Muitas vezes, me revoltava e achava que ele não gostava de mim”, conta Helenir.


“As pessoas estão descobrindo que é impossível ser feliz sozinho. Daí a procura por valores que deram certo. Aquilo que era ultrapassado está se tornando moda outra vez”, diz o pastor Silmar Coelho

Por outro lado, ele também tinha suas reclamações, principalmente quando se tratava de suas convicções, quase sempre ignoradas por ela.

E David lembra: “No início, a vontade dela tinha de prevalecer o tempo todo. Ela acreditava que o seu ponto de vista era sempre o certo. Em contrapartida, minhas opiniões sempre estavam erradas. Quando ela percebeu que ambos podem pensar certo e errado, as coisas começaram a se desenvolver melhor”.

A harmonia na relação só foi possível por meio de muito diálogo e da mudança de atitude em relação às divergências e particularidades de cada um. Ambos, ao seu modo, foram abrindo mão de algumas características – e adquirindo outras – para tornar a convivência possível e agradável. Mesmo depois de 30 anos, o conflito de idéias existe, mas o respeito mútuo trouxe equilíbrio e afinidade para o casal. “Hoje em dia, vivemos mil vezes melhor do que no início do casamento. Ele, inclusive, se tornou mais carinhoso, do jeito que eu queria.”

DEZ PRINCÍPIOS PARA MANTER-SE CASADO PARA SEMPRE
1. Reconhecer e deixar um espaço para as diferenças

2. Entender o casamento como uma escola, onde os dois se matriculam para aprender a ser o que nunca foram

3. Humildade para aceitar aprender sempre. Alguém disse: “O desejo de mudar é uma grande prova de amor”. Só os humildes se mantêm abertos para as mudanças necessárias

4. Praticar a arte do diálogo construtivo.
É impossível construir um relacionamento de qualidade quando o casal não pratica o diálogo. Todo casal deveria saber que, no processo de comunicação, o ponto-chave é ouvir de forma empática, ouvir com o coração o coração do outro

5. Tratar com dignidade a família de origem do outro. Lembre-se, respeito gera respeito

6. Cultivar o amor, não deixando o romantismo acabar e renovando a paixão sistematicamente

7. Praticar a fidelidade

8. Separar tempo um para o outro

9. Dividir responsabilidades e cumpri-las com maestria

10. Reaprender a se apaixonar


Outro ponto nevrálgico da relação é, sem dúvida, a sexualidade. No bojo do casamento, uma série de responsabilidades e atividades pode sobrecarregar o casal. A correria diária, a chegada dos filhos ou o excesso de trabalho são alguns exemplos. No entanto, o importante é construir a sexualidade e não negligenciá-la. “O casal não pode abrir mão disso. Tem de conversar sobre o assunto. Não pode deixar que as situações tomem tanto espaço a ponto de esquecer o sexo. E deve ter tempo para namorar, para sair sozinho”, aconselha Elizabeth Pimentel.


“A maioria se casa sem ter a mínima noção do que significa uma ‘aliança’. Pergunte para alguns casais de noivos por que eles estão se casando e não se assuste com as respostas”, observa o pastor Josué Gonçalves, do Ministério Família e Graça

SOS DO CASAMENTO

Se depois de tentar tudo, a relação conjugal ainda estiver desencontrada, não desanime. Hoje, existem muitas formas de encontrar ajuda e resolver questões ligadas ao matrimônio.

Do ponto de vista editorial, nunca se viu tantos livros que esmiúçam o tema exaustivamente. Em geral, são obras baseadas no conceito bíblico do casamento, aliadas ao conhecimento clínico da psicologia. Se o discurso literário não for suficiente, uma outra fonte de ajuda são as terapias de casais, o aconselhamento pastoral e as reuniões de grupos especializados na área.

No Brasil, há dezenas de instituições que têm como objetivo dar suporte a pessoas que querem levar a união adiante. O Instituto Integração Família (Inif) é um exemplo. O grupo, formado por profissionais do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC), oferece atendimento a casais e famílias em clínica social. “Os casais em crise precisam de ajuda. Às vezes, o ideal é que os dois resolvam as crises sozinhos. Mas há casos em que as discussões se tornam muito repetitivas, e o casal não consegue romper o ciclo vicioso. Então, precisa-se de um mediador, terapeuta, conselheiro, pastor para ajudar o casal”, orienta o psiquiatra e coordenador do instituto, Fábio Damasceno.


“Muitas vezes, as pessoas estão casadas com o passado. Elas não sabem qual expectativa têm com relação ao outro e cobram do outro algo que nem mesmo sabem o que é”, explica a terapeuta de casais Elizabeth Pimentel

Além do trabalho direcionado, o Inif também oferece curso de especialização para profissionais da área de saúde que desejam trabalhar na área da família. Ainda há curso de psicoteologia para pastores e líderes que aconselham casais nas igrejas. “O curso oferece ferramentas de abordagem psicológica de casais com um enfoque bíblico”, acrescenta Damasceno. Os interessados podem entrar em contato pelo site do CPPC (www.cppc.org.br) ou ainda pelos telefones disponíveis na página.

Um outro grupo com objetivos semelhantes, mas de alcance internacional, é o Casados para Sempre, que funciona como uma extensão do Marriage Ministries Internacional (MMI), criado nos Estados Unidos há 25 anos. O ministério está presente em 96 países e seu material já foi traduzido para mais de 30 idiomas. Um dos seus públicos-alvo é justamente atingir pessoas que contraíram matrimônio e pretendem continuar “casadas para sempre”, apesar dos contratempos inerentes ao relacionamento conjugal.

Esse grupo também oferece um curso para noivos e namorados chamado “Noivos-ONE”, que tem o objetivo de orientar os jovens sobre a vida em “uma só carne”, como diz a Bíblia. Segundo o treinador de líderes, Sebastião Carvalho, o ideal seria a busca por esses grupos antes mesmo de ocorrer algum problema. “Não adianta querer colocar um cadeado somente depois de a casa ter sido assaltada. A melhor coisa é a prevenção. Aí, quando os tradicionais problemas que afetam a maioria dos casais baterem à porta, o casal resistirá com maior eficiência”, argumenta.

Os noivos Diego e Fabiana já fazem parte dessa realidade. Ainda durante o período do namoro, eles procuraram ajuda e aconselhamento para o futuro casamento. “Fizemos o Aconselhamento Pré-matrimonial (APM) da AD em Cordovil (Rio de Janeiro), onde congregamos. Trata-se de uma espécie de entrevista com um pastor-psicólogo que conversa com os dois juntos e também separadamente. Nela, são abordados assuntos de toda espécie que irão influenciar na nossa união. Achamos que foi muito importante. Todos devem fazer”, aconselha o jovem casal. É claro que a convivência trará problemas inéditos. Mas a base teórica servirá de fundamento para encontrar as soluções, além de evitar algumas questões mais ordinárias.

Os especialistas em família são unânimes em dizer que, apesar das dificuldades, vale a pena lutar pelo casamento. “Estou casado há 32 anos. A palavra divórcio não existe no meu vocabulário. Estou muito mais apaixonado hoje do que no dia em que me casei. Meu casamento é perfeito não porque eu não tenha problema, mas porque eu e minha esposa aprendemos a resolver os problemas sem culpar e agredir um ao outro”, testemunha Silmar Coelho.

Para Josué Gonçalves, é possível, sim, mesmo no mundo de hoje, se manter casado para sempre, desde que o casal esteja disposto a praticar os princípios estabelecidos, sobretudo, pela Palavra de Deus. “Não existe outro caminho. A Bíblia é o mais completo manual sobre vida conjugal e familiar. No Sermão da Montanha, Jesus deixou os princípios fundamentais para se construir um projeto de vida a dois à prova de tempestade”, finaliza.


Em defesa de toda família

Pastor Jaime Kemp fala sobre os seus 40 anos de ministério a favor do lar cristão


Pastor Jaime Kemp, 67 anos, foi o fundador do Ministério Lar Cristão há 40 anos e já publicou 56 livros sobre família

Em 12 de abril de 1967 um jovem missionário americano aportava ao Brasil. Recém-casado, Jaime Kemp e sua esposa encararam 25 dias de uma longa jornada de navio da Califórnia, nos Estados Unidos, até o Porto de Santos, litoral paulista. Sem falar quase uma palavra em português, Kemp desenvolveu outras linguagens para expressar seu amor pelas famílias do país. Uma relação que começou muito antes, aos 10 anos de idade, quando aquele menino da roça – como o próprio pastor Kemp se intitula – fez um trabalho sobre geografia e história do Brasil.

Há 40 anos em terras brasileiras, Kemp viu muita coisa mudar. Assistiu à revolução feminina e à banalização do matrimônio. À frente do Ministério Lar Cristão, ele, que é pai de três filhas, já publicou 56 livros. Todos acerca da família. A Coleção Amo Você, por exemplo, está na 20ª edição, o que é um sucesso para o mercado editorial.

Precursor da primeira turma dos Vencedores por Cristo (VPC), o pastor de 67 anos acredita que os jovens da década de 1970 eram bem mais comprometidos com o trabalho de Deus. De suas viagens pelo Brasil – que ele conhece como a palma da mão –, Kemp se diz impressionado pelo Pantanal. “A maioria dos brasileiros não conhece”, diz ele, que já passou por lá sete vezes. Sempre com foco na família, o missionário promove a Bíblia da Família (SBB) e prepara a Bíblia da Juventude, ainda sem previsão de lançamento.

Para os admiradores do ministério de Kemp, damos um recado: esses talvez possam ser os últimos manuscritos do pastor que, apesar de não pensar em aposentadoria, planeja diminuir o ritmo de sua rotina, devido ao diabetes. Filho de pais separados, nesta conversa ele fala sobre o amor pela família, sua chegada ao Brasil e seu descanso – esperamos que em um futuro bem distante – em sua casa na Califórnia.

ENFOQUEComo começou sua paixão pelo Brasil e pela família?

JAIME KEMP – Começou quando eu tinha 10 anos. Eu estudava numa pequena escola rural. Estava no quinto ano, e a professora deu um trabalho para escrever uma redação sobre um país. Ela me delegou o Brasil. Eu creio que, naquela época, Deus já estava me preparando para viver aqui. Esse estudo me despertou grande interesse.

Quando eu já era missionário, um amigo, que já estava no Brasil, me encorajou a vir para cá. Quando cheguei em 1967, eu já conhecia muita coisa sobre o país: geografia, história e a cultura do povo. Tive oportunidade de viajar e hoje conheço o Brasil como a palma da minha mão.

Já minha paixão pela família, bem, isso tem histórico. Sou fruto do terceiro casamento da minha mãe. Fui criado num lar conturbado, desfeito, cheio de divórcios e brigas. Tudo isso fazia parte da minha infância e adolescência. Mas Deus sabe os caminhos dEle na minha vida. E Ele me preparou em minha própria família.

ENFOQUEO que mudou na família brasileira de 40 anos para cá?

JAIME KEMP – A família dos anos 1960 era mais rural. Hoje o Brasil ficou mais urbano e isso impactou a família e, infelizmente, em algumas áreas aconteceu de forma bem negativa. A família não tem sossego, vive na correria. O paulistano, assim como outros moradores de grandes metrópoles, não faz uma refeição com a família sem ser aos sábados e domingos. Durante a semana, cada um está construindo sua atividade e não tem tempo para conversar. Temos também o fato de que a mulher entrou no mercado de trabalho. Isso teve implicações tremendas. A mãe deixou de ser mãe integral para ser mãe de fim de semana, de creche ou de fim de noite. Isso, de certo modo, é um problema econômico.

ENFOQUEO que pensa sobre a questão homossexual?

JAIME KEMP – O que nós chamamos de redefinição da família? Deus estabeleceu a família diante dos homens. Homem (macho) e a mulher (fêmea). A primeira ordem que Ele deu foi: sejam fecundos, multipliquem-se e encham a terra. O que isso representa? Filhos. Para a família, o conceito de Deus é marido/esposa; pai/mãe e filhos. O movimento homossexual pensa que, por exemplo, duas lésbicas podem morar juntas e por meio da inseminação artificial podem ter filhos. Assim como dois homens que adotam uma criança e querem chamar de família. O homossexualismo tomou muito poder e militância nos últimos anos e isto em parte atingiu a família.

ENFOQUEAcha que a Igreja está lidando bem com isso?

JAIME KEMP – Nos primeiros anos eu achava que não. Hoje ela está aprendendo a lidar. Mesmo assim, há poucas pessoas na Igreja brasileira que sabem aconselhar uma pessoa homossexual. Há restauração, sim, e temos visto casos, mas a Igreja está longe de lidar corretamente com o problema. Tanto que não existe um contexto na Igreja brasileira falando sobre o homossexual. Ele tem de fingir, viver uma vida secreta nessa área. No entanto, por dentro, ele vive um horror.

O homossexual tem medo de se abrir com o pastor ou com um amigo. Porque ele será descoberto e afastado por conta da discriminação. Eu sempre falo que Deus ama o homossexual; a discriminação é mais pelo seu comportamento. Deus não ama este comportamento. Mas podemos amar o homossexual.

ENFOQUEE a Igreja está preparada para ouvir o homossexual?

JAIME KEMP – Ela não sabe como vai incluí-lo na comunidade. E se pergunta: será que ele é salvo? Será que o Espírito Santo pode habitar nele? Essas são indagações. Se ele está praticando o homossexualismo ou se ele é homossexual latente – ou seja, nunca praticou, mas sente o desejo. Essas são perguntas que não são respondidas. Hoje em dia é difícil você discutir um assunto como esse.

ENFOQUEComo é seu trabalho com a juventude?

JAIME KEMP – Sou apaixonado pela adolescência. Promovo vários cursos para ajudá-los a entender essa fase. Nesses 40 anos tenho percebido que os jovens estão mais ativos sexualmente. Quanto mais pesquiso, mais me assusto. Se há tantos divórcios nos primeiros cinco anos de casamento, uma das razões exatamente está no fato de o casal furar o plano de Deus na questão do sexo. Isso traz desconfiança, sentimento de culpa e causa confusão. É um prato cheio para o diabo trabalhar.

ENFOQUEAlgumas pessoas levam à risca o conselho bíblico de que “é melhor casar do que abrasar” e acabam casando precocemente? Isso não gera uma forma precipitada de casamento?

JAIME KEMP – É uma visão muito precipitada. Cheguei a publicar um material sobre as decisões erradas que os jovens fazem em relação ao casamento. Muitos casam para sair de uma família atrapalhada, num ambiente de tristeza, mas é um erro. Tenho falado muito com pastores sobre curso pré-nupcial. Por não estarem preparando os casais, nossos líderes estão contribuindo, em muito, para a queda do lar.

ENFOQUEMuita gente fala que adolescente é “aborrecente”. Tem de ser assim?


JAIME KEMP – Adolescentes irritam mesmo, mas digo que é uma época maravilhosa. A Igreja precisa acordar para isto. Temos pelo menos 28 milhões de adolescentes no Brasil na idade entre 10 e 16 anos. O mundo está investindo tremendamente nessa fase. Basta você ir às bancas e ver a quantidade de publicações para a adolescência. Na minha visão a Igreja precisa montar trabalhos pensados para atingir e envolver o adolescente. Criar um ambiente com muita atividade, pois é nessa fase que ele toma as decisões sérias em sua vida.

ENFOQUEO encontro de casais está na moda. Qual sua opinião a respeito disso?


JAIME KEMP – Eu não diria nada negativo com relação ao encontro de casais. O problema é que nem sempre estamos concentrando nosso tempo no ensino bíblico. Gastamos muito tempo fazendo sorteios – o que é bom e faz parte –, mas damos pouca ênfase ao ensino da Palavra de uma maneira eficaz, dirigido pelo Espírito Santo.

ENFOQUEE sobre a família dos pastores? Como ela está?

JAIME KEMP – Durante todos esses anos, percebi – apesar de não ter uma pesquisa – que 50% dos pastores têm problemas conjugais ou familiares. Isso prejudica seu ministério porque, por meio do seu comportamento, ele poderá ter autoridade ou não para falar sobre a família. Relacionado a isso, creio que estamos entrando em uma epidemia de divórcios nos púlpitos. Milhares de pastores nos próximos cinco anos vão se separar e se divorciar. O grande perigo é esse líder insistir em continuar como pastor na igreja. Há uma necessidade de cura.

ENFOQUEO IBGE mostrou que aumentou o número de casamentos – até entre os divorciados. Por outro lado, aumentou o número de separações.

JAIME KEMP – Há dois pontos nisso. Por um lado, há casamentos recentes, de dois anos, por exemplo, se acabando. Por outro, há casamentos de 30 a 40 anos chegando ao fim. O motivo é que, muitas vezes, o casal começa bem, chegam os filhos, logo depois cuida do ensino, mas não cuida do seu próprio relacionamento. Quando os filhos saem do ninho, o casal vê que se dedicou mais aos filhos e acaba se separando.

ENFOQUEExiste alguma situação que o senhor analisa em que o casal não tem mais jeito a não ser o divórcio?

JAIME KEMP – Eu creio que o divórcio existe na Bíblia. Deuteronômio 24. 1-4 é o documento principal do Velho Testamento sobre divórcio. Há duas concessões. Uma é a infidelidade (Mateus 19.3-9) ou abandono do lar ratificado por Paulo (1 Coríntios 7.12-15). Deus odeia o divórcio, porém, por causa do pecado do homem, Ele deu uma licença para ele se divorciar. É triste. Tentamos salvar o casamento até o final, mas em alguns casos o que acontece é o desleixo do coração do homem.